São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
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Santillo falta e alega doença SILVANA DE FREITAS SILVANA DE FREITAS; WILLIAM FRANÇA
Esse foi o desfecho de uma crise iniciada pouco tempo depois de Santillo assumir o ministério, em 30 de agosto de 93. Ele, que não tinha a simpatia de Itamar e da equipe econômica, acabou no ministério na cota do PP (Partido Progressista). Ontem de manhã, antes da reunião, Santillo mandou um assessor justificar a sua ausência com um telefonema ao chefe do cerimonial do Planalto, Marcus de Vincenzi. Disse que estava doente. A Folha apurou que, no momento da reunião, Santillo saiu de casa, em Anápolis (GO), com roupa esporte e dirigindo seu carro. Em Brasília, sua secretária Lúcia Helena disse que ontem à tarde já não haveria expediente no Ministério da Saúde. Crises O principal efeito da rejeição a Santillo dentro do governo foi a crise do atendimento hospitalar. Houve redução dos repasses de verba aos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Sem voz ativa, Santillo levou a própria Federação Brasileira de Hospitais a negociar verbas diretamente com a área econômica. Desde o começo, Santillo enfrentou críticas de desperdício de verbas e denúncias de corrupção do próprio Itamar. Teve de enfrentar uma "intervenção branca" da equipe econômica para investigar fraudes nas guias de internação. Na Secretaria de Vigilância Sanitária, a CEI (Comissão Especial de Investigação) chegou a apurar suposto esquema de corrupção que envolveria o secretário-executivo do Ministério, Dioclécio Campos Júnior, e seis funcionários. Todos foram afastados e respondem a inquéritos administrativos. A Polícia Federal abriu inquérito. Pressionado pelo PP, Itamar teve de enfrentar indiretamente o problema em vez de demitir o ministro –como se pensou em pelo menos três momentos. Texto Anterior: Leia a íntegra do discurso de Itamar na reunião Próximo Texto: Filhas de presidente desistem de viajar Índice |
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