São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Piloto dos EUA é solto pela Coréia do Norte
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A libertação de Hall ocorreu depois de o governo dos EUA ter enviado ao da Coréia do Norte mensagem de pesar, segundo a versão de Washington, ou de desculpas, segundo Pyongyang. A negociação direta entre EUA e Coréia do Norte a respeito do destino de Hall causou constrangimentos ao governo da Coréia do Sul. EUA e Coréia do Norte não têm relações diplomáticas. Hall, 28, passou por exame médico, foi interrogado por oficiais de inteligência dos EUA e falou com o presidente Bill Clinton por telefone antes de embarcar para Brooksville, Flórida, sul dos Estados Unidos, onde vive. Não foi divulgado o conteúdo das informações prestadas por ele a seus superiores. Seus únicos comentários públicos foram de agradecimento aos que obtiveram sua libertação. No Pentágono, comando militar supremo dos EUA, ainda não havia certeza ontem se o helicóptero de Hall foi derrubado, como alega a Coréia do Norte, ou caiu por acidente e só depois foi atingido por disparos norte-coreanos. Também não se sabe ainda as circunstâncias da morte do outro tripulante, o co-piloto David Hilemon, 29, cujo corpo foi enterrado na quarta-feira em Gig Harbor, Washington, Costa Oeste dos EUA. O presidente Clinton, após ter anunciado a liberação de Hall, disse que ele ficou preso por tempo demais. O presidente negou que o incidente tenha prejudicado as relações de seu país com a Coréia do Sul. No Departamento de Estado, que cuida da política externa dos EUA, tinha-se como certo que o acordo para liberar Hall contou com a aprovação de Kim Jong-il, líder designado mas ainda não empossado da Coréia do Norte. Kim, filho de Kim Il-sung, fundador e único dirigente da Coréia do Norte, não é visto em público há dois meses e há dúvidas em Washington se ele detém controle de fato sobre o país. A demora para a liberação de Hall foi interpretado por muitos como indício de que havia uma luta interna pelo poder entre Kim, favorável a um entendimento rápido com os EUA, e a cúpula militar norte-coreana. Não há sinais de que Hall tenha sido maltratado durante seus 13 dias de cativeiro. Em 25 de dezembro, ele foi obrigado a redigir uma nota de próprio punho na qual se desculpava pelo incidente mas negava ser um espião. Texto Anterior: China cresceu 11,8% em 94, diz governo; Juiz limita conceito de abuso sexual; Ambientalista é acusado de tortura; França tem mais 3 mil desempregados; Cantor Eric Clapton recebe condecoração; Jackson é condenado por plágio na Itália Próximo Texto: Sitiada há mil dias, Sarajevo espera paz Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |