São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Tchetchênia propõe um cessar-fogo à Rússia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder separatista da Tchetchênia propôs um cessar-fogo à Rússia a partir de hoje. Djokhar Dudaiev exige em contrapartida o início da retirada das tropas russas.
Dois soldados russos foram mortos na madrugada de ontem quando rebeldes tchetchenos tentaram romper o cerco a Grozni, capital da república. Os tchetchenos não romperam o cerco, mas conseguiram impedir, até agora, a entrada dos russos na cidade.
Segundo as autoridades tchetchenas uma refinaria de petróleo em chamas ameaça causar um desastre ecológico em toda a região norte do Cáucaso. A Tchetchênia pediu apoio internacional para que o fogo seja apagado.
Segundo os tchetchenos, a refinaria foi atingida em um bombardeio. O governo russo diz que os tchetchenos atearam fogo para responsabilizar os russos e que o incêndio não ameaça o ambiente.
O chanceler russo, Andrei Kozirev, classificou ontem a crise na Tchetchênia como uma tragédia. Reiterou no entanto sua posição de que a força é agora a única maneira de lidar com essa questão.
"É claro que é uma tragédia e eu acho que, frente a uma tragédia similar, qualquer outro Estado democrático se teria comportado do mesmo jeito", disse.
Kozirev tem sido o principal defensor da invasão da Tchetchênia decidida pelo presidente russo Boris Ieltsin. Ieltsin está cada vez mais isolado.
Ontem, em Moscou, um grupo de mães de soldados começou a recolher assinaturas pedindo a destituição de Ieltsin.
Em outro indício da crise, o deputado comunista Valentim Kovaliev foi nomeado chefe de uma comissão interina de direitos humanos que atuará na Tchetchênia. A medida mostra o descontentamento de Ieltsin com Sergei Kovaliev, assessor do presidente para direitos humanos, que está em Grozni e tem criticado a ação militar.

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