São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
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Milho deve ter equilíbrio entre oferta e demanda

DA AGÊNCIA SAFRAS

A safra 93/94 certamente terá uma comercialização bastante difícil, tanto pelo lado do vendedor como do comprador. O ano eleitoral e a perspectiva de um plano econômico que altere profundamente as relações comerciais aparecem como os dois pontos mais importantes a ser considerados na comercialização do milho.
A tendência inicial do mercado para 1994 sinaliza um ano de preços médios e ritmo de comercialização semelhantes aos de 93. Entretanto, dois pontos são importantes na avaliação do mercado para este ano: o posicionamento dos estoques governamentais e os preços no mercado internacional.
No que se refere à demanda, deve-se aguardar alguma elevação apenas no setor de avicultura de corte, mantendo um quadro de oferta e demanda equilibrado. Há um ponto importante a ser frisado em termos de demanda de milho, que é a possibilidade de utilização de insumos alternativos, substituindo o cereal na composição de rações. Neste sentido, pode-se apontar o farelo de soja.
Já no que se refere ao montante da safra brasileira, apostamos em um número em torno de 28 milhões de toneladas ou até algo superior, caso haja bom desenvolvimento das safrinhas. Pode-se afirmar também que os preços no mercado interno serão firmes.
Esta situação coincide com a crise da febre aftosa na suinocultura e da falta de preços satisfatórios na avicultura de postura. O consumo deverá crescer apenas na avicultura de corte. As perdas serão menores, visto que o próprio governo já não dispõe de estoques. De acordo com Safras, a previsão de demanda para 1994 é de 29 milhões de toneladas.
Para o mercado externo, a tendência também é de preços firmes durante boa parte de 94. O fortalecimento dos preços tem suporte em duas quebras internacionais.
A primeira delas no mercado argentino, onde o excesso de chuvas no pico da colheita na região de Buenos Aires teve efeito negativo. Para uma expectativa inicial de 11,5 milhões de toneladas, as enchentes promoverão uma quebra de 1 milhão de toneladas. Deste modo, os números finais deverão ficar próximos a 10,5 milhões de toneladas.
Além da perda argentina, a possível quebra da safra norte-americana também poderá fortalecer os preços. Enchentes no período do plantio atrasaram a semeadura no Meio-Oeste e são previstas perdas na produtividade.

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