São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Empresários querem implantação gradual

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Líderes empresariais da indústria nacional e das multinacionais querem a implantação gradual da URV (Unidade de Valor Real) e a conversão uniforme dos preços, tarifas, impostos e salários para a nova moeda. Os empresários não concordam que se "pule" a fase da URV como indexador. Para eles, a criação da nova moeda deve seguir o cronograma original.
O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, diz que a introdução da URV é "uma obrigação natural" do plano após a aprovação do Fundo Social de Emergência.
"Espero que a URV ocorra por adesão voluntária, mas para que isso aconteça é necessário que o governo mostre que caminho vai adotar para a indexaxação", diz.
Brian Hill, presidente da Câmara Americana de Comércio de São Paulo, diz que o equilíbrio das contas públicas é um "importante primeiro passo" do plano. Hill é contra a queima da etapa da URV, porque "ela é um processo de educação dos agentes econômicos e de criação de credibilidade".
Claudio Sonder, presidente da Câmara Brasil-Alemanha de Comércio e Indústria de São Paulo, diz que se houver equilíbrio fiscal, a URV, "introduzida com calma", pode reduzir a inflação a um "patamar aceitável".
Para Sérgio Haberfeld, presidente da Indústria de Papéis Toga, a conversão de salários pela URV é "um problema sério". Para ele, os sindicatos de trabalhadores vão insistir na conversão pelo pico. "Gostaria que desse certo, mas vejo fracasso e temo congelamento, o que será uma catástrofe."
Sérgio Magalhães, presidente do Sindimaq (Sindicato da Indústria de Máquinas) acredita que a URV vai "derrubar a inflação", mas se preocupa com os critérios de conversão dos preços em URV. "Pelo pico ou pela média, o importante é a uniformidade", diz.

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