São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994 |
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Benevides faz lobby para livrar seu filho Reunião secreta é usada como prova GABRIELA WOLTHERS
Carlos Benevides é um dos 18 parlamentares que estão sendo processados por falta de decoro a pedido da CPI do Orçamento. A gravação da reunião está sendo mostrada como um suposto exemplo de que a inclusão do nome do parlamentar foi uma decisão política. Carlos é filho do senador Mauro Benevides (PMDB-CE), ex-presidente do Congresso. Eles não quiseram dar entrevista. Na reunião do dia 22, o relator da CPI, deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), afirma estar recebendo muitas pressões para que o parlamentar não depusesse. "Foi uma terrível mobilização dentro do Congresso e eu perdi a paciência", diz Magalhães, ao relatar que havia sido procurado por pelo menos seis parlamentares que intercederam a favor de Carlos. Magalhães admitiu durante a CPI que o próprio Mauro Benevides o procurou e intercedeu para que o filho não fosse chamado a depor. Na reunião do dia 22, o relator diz: "Se não o chamarmos, fica parecendo que o que prevaleceu foi realmente o prestígio do pai." O relator diz, porém, que não há provas concretas contra o deputado. Passarinho afirma que está em jogo a imagem da CPI, pois vários jornais noticiaram as pressões para não convocar Carlos. "É uma questão mais política", argumenta o senador. Segundo Passarinho, "basta ver que aquela reunião ocorreu em dezembro e que a CPI terminou no dia 24 de janeiro." Segundo o senador, foi nesse período que foram encontradas irregularidades nas contas bancárias e nos dados patrimoniais do deputado. Texto Anterior: Deputados faltosos escapam de punição Próximo Texto: Receita admite que errou no IR de Aníbal Índice |
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