São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Quércia enfrenta problemas para obter apoios à sua candidatura

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de São Paulo, Orestes Quércia tem enfrentado problemas em outros Estados para viabilizar sua candidatura a presidente da República pelo PMDB. Uma semana depois de se lançar candidato, o ex-governador paulista ainda não recebeu uma única adesão de peso. Mesmo governadores próximos a ele têm se mantido calados. A bancada federal do PMDB paulista também ficou em silêncio.
Ao se lançar candidato, na sexta-feira passsada, Quércia contava com a adesão imediata de seus correligionários. A primeira decepção ocorreu com o governador paulista Luiz Antonio Fleury Filho. Quércia esperava que ele retribuisse agora seu esforço para elegê-lo em 1990. Fleury preferiu defender uma candidatura de consenso, enquanto aguarda que seu próprio nome se viabilize. Ele conta com o naufrágio quercista.
O presidente do PMDB, Luiz Henrique, que tem conversado com governadores e outras políticos peemedebistas, detectou obstáculos para a viabilização do nome de Quércia. Ele tem dito que o ex-governador se precipitou ao se lançar sem consultar o partido. O mesmo tipo de crítica tem se generalizado entre os peemedebistas.
"A família se junta. Aí vem alguém e mete o pé na cuia", diz o deputado Roberto Rollemberg, presidente do PMDB paulista, sobre o lançamento da candidatura. Rolemberg aproveitou a reunião entre Quércia e a bancada federal do PMDB, no início desta semana, para se queixar. "Sou presidente de um partido que você não conversou nem deu uma única satisfação, antes de se lançar candidato', disse o deputado a Quércia. "Assim não se resolve a crise".
Desde que se lançou, Quércia tem conversado diariamente com governadores e deputados do PMDB. Mas não houve ainda nenhuma manifestação de peso a seu favor. Mesmo governadores próximos a ele, como Iris Rezende (GO) e Jáder Barbalho (PA), têm evitado se manifestar. Ele tem evitado falar para não complicar a situação. Embora tenha ficado contrariado com a decisão de Fleury, tem evitado criticá-lo.
Independente das dificudlades, a candidatura de Quércia será lançada em São Paulo, no próximo dia 2 de março. A APM (Associação Paulista dos Municípios), que já foi presidida por ele, vai lhe entregar o troféu de Municipalista Emérito. Os quercistas vão aproveitar para trazer caravanas do interior para apoiar sua candidatura.
O PMDB administra quase metade dos 625 municípios paulistas. O presidente da APM, Wilson José, acredita que pelo menos 3.000 pessoas participarão da festa.

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