São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Temer e Barros Munhoz disputam candidatura do PMDB em SP

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O PMDB paulista, que ocupa desde 1983 o Palácio dos Bandeirantes, tem hoje candidatos de pouca densidade eleitoral para disputar o governo de São Paulo: o ex-ministro da Agricultura José Antônio Barros Munhoz (4% das intenções de voto em pesquisa DataFolha de setembro de 93) e o atual secretário de governo, Michel Temer (eleito quarto suplente de deputado federal pelo PMDB em 90).
Em campanha aberta no partido, Barros Munhoz, ex-secretário da Agricultura de Fleury, luta pelo apoio do ex-governador Orestes Quércia. Temer espera ser o candidato de consenso do partido, convocado por Quércia e o governador Luiz Antônio Fleury Filho. Cabe a Fleury, segundo acordo com Quércia, coordenar a indicação do candidato do PMDB. A disputa no partido se intensificou desde que Quércia lançou sua candidatura à Presidência na semana passada.
Barros Munhoz tem viajado por todo o Estado e quer criar um fato consumado com sua candidatura, conseguindo o apoio de prefeitos e diretórios do PMDB. Ele disse que tem o "apoio de 80% dos prefeitos do partido" (50% das Prefeituras no Estado são do PMDB). Defensores da candidatura de Michel Temer e peemedebistas ligados a Quércia acham difícil Barros Munhoz conseguir a indicação porque ele não tem história no PMDB (está no partido há menos de um ano) e porque, de fato, a base do partido obedeceria à escolha do ex-governador. Barros Munhoz afirmou que disputará a indicação em convenção do PMDB, caso não haja consenso em torno de seu nome.
Segundo assessores de Fleury, o governador estaria, agora, cogitando apoiar Temer. O secretário, porém, não tem feito articulações para deslanchar sua candidatura.

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