São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994 |
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Secretário veta blitz 'pública' em hospitais OAB e imprensa são "barradas" LUIS HENRIQUE AMARAL
Segundo Raia, a presença da imprensa e dos representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB "tira a naturalidade da visita, que deve ter um caráter técnico e interno, não público". Ainda segundo ele, as visitas surpresa vão continuar. "Depois da visita vamos preparar um relatório para a imprensa que será divulgado em entrevista coletiva." Segundo o representante do Sindicato dos Médicos no Conselho, Ronaldo Fiore, a proposta de Raia revela que o secretário "não quer transparência no trabalho" da comissão. "O secretário sabe que a situação dos hospitais é péssima e que ele não está conseguindo apresentar soluções para o problema." Fiore afirma ainda que vai tentar cancelar a decisão do conselho, que aprovou a proposta de Raia por 14 votos contra 12. "Alguns conselheiros que nunca vieram à reunião, como o representante da Câmara –o vereador Mario Dias (PPR)–, o da Federação das Indústrias de São Paulo e o representante do Ministério da Saúde apareceram só para votar." Segundo ele, eles não poderiam ter participado da votação porque faltaram a três reuniões seguidas, o que é proibido pelo regimento interno. A primeira visita surpresa foi feita na terça-feira ao hospital municipal Dr. Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné (zona leste). Ficou constatado que ele tem déficit de 140 funcionários e tem 22 dos 48 leitos desativados. O centro cirúgico não funciona por falta de anestesia. A representante do Movimento de Saúde da Zona Leste no conselho, Luzinete Freitas Neves, também criticou a decisão de Raia. "O secretário convocou gente que nunca tinha ido nas reuniões para conseguir aprovar sua proposta." Ela defende a presença da imprensa e da OAB às visitas porque "se a situação da Saúde aparecer nos jornais os políticos tomam providências". Segundo Raia, a decisão foi democrática. "Os membros que não comparecem às reuniões continuam no conselho até que as entidades que representam indiquem novos nomes", diz. O assessor de imprensa do prefeito Paulo Maluf, Odon Pereira, justificou a decisão de Raia: "Hospitais não podem ser visitados por grandes grupos, até por uma questão de higiene". "Além disso, os representantes da sociedade civil podem informar a imprensa sobre a situação dos hospitais." Texto Anterior: Moradores protestam contra atropelamento Próximo Texto: Três empresas entram na licitação das usinas Índice |
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