São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994 |
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A esquerda se explica
ERASMO DIAS "A luta por sociedades mais justas, que continua na ordem do dia da humanidade, passa pelo desenvolvimento da economia de mercado, sob controles democráticos e com necessários e realistas contrapesos sociais e condicionamentos ambientais.Os grandes desafios do Brasil são reformas estruturais que nos abram o caminho de um novo ciclo de crescimento não-inflacionário, com nossa inserção na nova economia globalizada. O que é de fato estratégico agora é uma revolução educacional, a partir do ensino básico, que nos torne competitivos nessa nova economia e que incorpore a maioria da população aos benefícios do desenvolvimento, com sua nova configuração de desenvolvimento sustentável. Para tanto, é indispensável a revisão do Estado gigantesco, cartorial/corporativista e ineficiente, e por isso corrupto e injusto. São necessárias reformas políticas que propiciem transparência e eficiência às instituições democráticas." Os conceitos acima, lugar- comum de qualquer programa partidário identificado com os princípios básicos da democracia, da livre iniciativa e da economia de mercado, nada mais são que a transcrição "ipsis litteris" de parte do "artigo exclusivo" de três secretários municipais do governo Maluf, que se propuseram a explicar por que aceitaram o cargo, em que pese seu passado de "combatentes do socialismo e da liberdade", hoje "combatentes da liberdade e da modernização econômica, social, política e ambiental". O acima exposto nos leva a algumas dúvidas um tanto cruéis. Entendemos que o prefeito Maluf encontraria nos quadros do PPR "combatentes da liberdade e da modernidade" mais capazes do que esses "combatentes arrependidos". Da mesma forma, estranhamos que, convidados por Maluf, tenham mudado os conceitos que os mantinham atrelados a uma posição tão a gosto da esquerdofilia dialética marxista. Os nóveis combatentes afirmam que "nos livramos do fardo pesado de conceitos arcaicos, ressentimentos envelhecidos e ódios estéreis...". Esta "mudança de hábito", particularmente por parte dos "combatentes do socialismo e da liberdade", não nos convence, e o que mais nos entristece, desvaloriza aqueles que sempre foram "combatentes da liberdade", ameaçados pelos seus inimigos que sempre entenderam de outro tipo de "liberdade e de modernidade" dentro da dialética esquerdista. Texto Anterior: Mato Grosso do Sul; Goiás 1; 2; 3 Próximo Texto: Hoje, só é flácida e tem celulite quem quer Índice |
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