São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 1994
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Arquiteta "salva" a memória da festa

Documentação foi guardada por acaso

BOB FERNANDES
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

A memória dos documentos oficiais dos carnavais de Salvador atende por um nome: Merina Aragão. Arquiteta, 42, há 15 anos funcionária da Empresa de Limpeza Pública Municipal, Merina fez por conta própria o que nunca, até a atual gestão, a prefeitura havia se preocupado em fazer: guardar a memória oficial dos carnavais. Não há sistematizado nem um dado ou vestígio da documentação sobre Carnaval enviada e recebida pelos prefeitos da cidade.
"Ela é a memória do Carnaval. Sempre era requisitada dois meses antes da festa. Se ela não guardasse os documentos, ninguém saberia como era organizado o Carnaval na cidade", diz Domingos Leonelli, secretário de Comunicação Social.
Criada em 93, a Casa do Carnaval, agora, armazena em computadores o que foi guardado por Merina em meia dúzia de arquivos de aço. Paranaense, filha de um médico da Aeronáutica, começou a estudar arquitetura na Bahia e se formou no Rio. Em 86, de volta a Salvador, passou a integrar equipes que planejam o Carnaval e a guardar documentos.
"Sempre tive noção de que a troca de correspondência oficial era uma coisa de enorme importância para a história da cidade. Sempre vi que não se dava importância, não se guardavam essas informações", conta Merina. "Guardei porque sabia que um dia alguém se lembraria de buscar a memória."(BF)

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