São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desfile frio mas profissional garante vitória

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Em um ano em que havia várias escolas em condições de conquistar o título, mas nenhuma grande favorita, venceu a que fez um desfile frio, mas perfeito e luxuoso. A Imperatriz priorizou os jurados, não o público, e fez uma apresentação profissional, compatível com o estágio do desfile das escolas de samba do Grupo Especial.
O Carnaval da escola foi pensado e executado com a preocupação de cumprir o regulamento. O resultado é que quase não havia de onde tirar pontos da Imperatriz. Esta mesma fórmula deu à escola o título de 89, quando derrotou os mendigos da Beija-Flor de Joãosinho Trinta, e o segundo lugar no ano passado. Este é o quarto título da Imperatriz, o terceiro que ela conquista isoladamente (o de 80 foi dividido com a Portela e a Beja-Flor).
O resultado confirma que a criação da Liga das Escolas mudou o panorama do Carnaval carioca. O dinheiro distribuído pela Liga, fruto da venda dos discos dos sambas-enredos e dos direitos de imagem do desfile, ampliou o universo das escolas capazes de vencer.
O resultado é que a Mocidade ficou em oitavo lugar, enquanto que a Mangueira não passou do décimo-primeiro. Enquanto isto, a União da Ilha e a Tradição chegaram em honrosos quarto e sexto lugares, respectivamente. Criada em 84, a Tradição chegou, pela primeira vez, na frente da Portela –escola de onde saíram seus fundadores.
Quanto à pífia colocação da Mangueira, vale repetir o conselho dado por Pedro Caetano em 1947. "Mangueira, onde é que estão os tamborins, ó nega?/Viver somente do cartaz, não chega/Traz as pastoras pra Avenida/Mangueira querida!".

Texto Anterior: Mangueira pega 11º e tumultua
Próximo Texto: SP Litoral 1; 2; 3; SP Interior 1; 2; Minas Gerais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.