São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Mangueira pega 11º e tumultua

DA SUCURSAL DO RIO

Mangueira pega 11.º e tumultua
O 11º lugar foi uma ducha fria nos ânimos da Mangueira, que levou a segunda maior torcida à praça da Apoteose –menor apenas que a do Salgueiro. Os diretores mangueirenses foram os primeiros a se revoltar durante a leitura das notas. Logo depois de receber um 8,5 no quesito fantasia, um deles atirou uma lata de cerveja nos ocupantes da mesa de apuração e detonou a confusão geral.
Até o início da divulgação dos resultados, a torcida da Mangueira, postada à esquerda da mesa, era a mais animada. Cantava o samba sem parar. O presidente Roberto Firmino dos Santos, sorridente, já falava sobre o enredo do ano que vem, que pode ter como tema o Flamengo. O vice-presidente Ivo Meireles, porém, estava visivelmente sério e apreensivo.
Estava certo. Logo a cúpula mangueirense passou da ansiedade à histeria. Por ironia, dividiram sua ira com os rivais do Salgueiro, que já iniciavam a invasão do palanque. "Tem que abrir uma CPI do samba. A Mangueira levantou o povo!", gritava o diretor da escola, Sidnei Lobo.
A saída da direção mangueirense da praça não teve nada de apoteótica. Transtornados, os sambistas se retiraram pelo lado da torcida do Salgueiro e ainda tiveram de enfrentar um coro de vaias. Firmino saiu arrastado, enquanto colegas seus trocavam socos e pontapés com fotógrafos, seguranças da Liga das Escolas de Samba e policiais militares.

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