São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994
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CMTC define fim dos cobradores

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo concluiu a licitação para a instalação de catracas eletrônicas nos ônibus da cidade. A previsão é de que, até junho de 95, todos os 20 mil cobradores dos ônibus da capital já tenham sido substituídos pelo novo sistema. A CMTC diz que vai economizar 20% dos US$ 500 mil que injeta diariamente nos transportes em forma de subsídio com a modificação.
Depois que o sistema for implantado, o usuário não vai mais poder pagar pelo transporte dentro do ônibus. Os tíquetes para as catracas eletrônicas serão adquiridos em 3.000 pontos de venda espalhados pela cidade, como bares e bancas de jornal. As catracas vão ficar na frente dos ônibus, ao lado do motorista.
Segundo o presidente da CMTC, Francisco Christovam, as catracas eletrônicas vão diminuir 20% o custo do sistema porque a parte da cobrança representa 28% do total gasto no sistema e, com o novo sistema, vai representar apenas, 5,9%.
No sistema atual, o que mais pesa, segundo Crhistovam, é o salário dos cobradores e dos recebedores –funcionários que ficam nas garagens recebendo e fiscalizando o dinheiro arrecadado no ônibus.
O consórcio formado pela empresa de informática Control, pela empresa de automação na área de transportes Teletra e pela empresa de tíquetes Vale Refeição venceu a concorrência para a instalação e gerenciamento do sistema. O contrato é de oito anos, prazo que a prefeitura julga suficiente para o grupo recuperar o investimento na implantação do sistema, estimado em US$ 70 milhões.
A legalidade da licitação está sendo contestada pelo vereador Vital Nolasco (PC do B) no Ministério Público (leia texto abaixo). O consórcio Blue Card/Método/Cegelec entrou com recurso na prefeitura contra a o resultado da concorrência. A comissão de licitação da CMTC está estudando o recurso.
Segundo João Ronco, da empresa Control, as catracas que serão instaladas nos ônibus de São Paulo são importadas da Bélgica. A empresa também fornece as catracas usadas no Metrô da capital.
O Sindicato dos Condutores, que representa os motoristas e cobradores, é contra a implantação das catracas eletrônicas. Segundo seus diretores, o novo sistema vai causar a demissão dos 20 mil cobradores da cidade.

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