São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994
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Guerra do tráfico mata 7 na Mangueira

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Frustração e medo são os sentimentos que predominam no morro da Mangueira desde o Carnaval. A "guerra" entre traficantes da favela já causou sete mortes. A população, frustrada com a derrota no desfile das escolas de samba, está apavorada com a possibilidade de novos assassinatos.
Morador do morro e vice-presidente da escola, Ivo Meireles exprimiu o que sentem os mangueirenses: "Evito falar neste assunto porque tenho medo. Igual a todo mundo que mora aqui". Neuma Gonçalves da Silva, a dona Neuma, também está assustada. "Tá brabo lá em cima. Nem eu tô subindo", disse ela.
Na terça-feira, os confrontos já tinham resultado em sete homens mortos. Todos eles, segundo o delegado-titular da 17ª DP, Ronald Coelho, eram ligados ao tráfico de drogas. Coelho disse não saber a que facções criminosas estão vinculados os "chefões" da Mangueira.
A força do tráfico se tornou explícita durante a apuração do resultado do desfile, anteontem. Cerca de 30 traficantes armados com fuzis e metralhadoras ocuparam a quadra da escola e chegaram a disparar tiros para o alto em protesto contra a 11ª colocação.
Questionada sobre as razões da presença ostensiva do tráfico de drogas na Mangueira –a principal "boca-de-fumo" fica ao lado da escola–, dona Neuma evitou responder. "Não me envolvo na vida deles nem eles na minha. Não quero falar sobre a meninada", disse ela. (ST)

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