São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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Evair poderá superar hoje o Djalminha

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, sem o Edmundo (o número 7 do nosso ataque de cinco estrelas, não se esqueça) o Palmeiras vai hoje ao Brinco de Ouro da Princesa enfrentar um irregular e bastante perigoso Guarani.
Estrada da vida
Um pontinho perdido aqui no Pacaembu, ontem, um pontinho perdido ali... ...e a imagem do Corinthians vai sumindo do espelho retrovisor do São Paulo e do Palmeiras.
Osso duro
Pelo que se viu ontem, a zero-carisma seleção da Suécia vai ser daqueles ossos duríssimos de roer. Quatro zagueiros postados em linha lá trás, cinco marcadores cri-cris no meio-de-campo.
Só há uma maneira da vencer bem um time desses: velocidade no toque de bola e habilidade. Coisas que sobram em jogadores como Edmundo, Bebeto, Romário, Dener e Muller, por exemplo.
Médio prazo
O artigo de Afrânio Riul publicado ontem aqui neste espaço merece a reflexão de todos, mas principalmente dos dirigentes de clubes e das torcidas organizadas –os principais responsáveis pelo rodizío permanente dos técnicos de futebol.
Cada vez mais me convenço que este é o esporte do médio prazo: resultados imediatos muitas vezes são inconsistentes e resultados a longo prazo são impossíveis de esperar.
Como os elencos são cada vez mais instáveis –os jogadores atualmente assinam contrato somente por uma temporada ou por um campeonato– é preciso ter estabilidade neste pai, líder, psicólogo, conselheiro, padre, juíz e professor que é cada técnico de futebol no exercício da sua profissão.
Fut cult
Depois da "Details", foi a vez da célebre revista "New Yorker" dedicar o seu elegante espaço ao soccer (em artigo escrito por um não-americano, of course).
O britânico Jonathan Wilson defende na revista uma tese interessante. Segundo ele, ao contrário dos esportes amados pelos norte-americanos (o futebol gringo, o beisebol e o basquete), nos quais a atuação do técnico é ativa durante todo a partida, no futebol, os jogadores têm uma autonomia maior dentro do campo.
Segundo ele, nos esportes de massa americanos sempre alguém está dizendo a alguém o que fazer, seja nas jogadas do "quarterback" do futebol americano, seja nos sinais trocados pelos beisebolistas, seja nos constantes tempos pedidos pelos técnicos de basquete.
No futebol, argumenta Wilson, a interferência de um técnico durante a partida é mínima e o jogo é tão fluído que depende mais da imaginação de cada jogador. O jogador de futebol gozaria de uma autonomia maior em relação ao técnico –durante o jogo– do que naqueles esportes.

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