São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994 |
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Condições da trégua prejudicam muçulmanos
TONY BARBER
O quadro militar é semelhante ao que havia nas áreas da Croácia sob domínio sérvio depois que as forças de paz da ONU foram para lá, em 1992, para fiscalizar o cessar-fogo entre sérvios e croatas. Dois anos depois, os sérvios ainda ocupam cerca de 30% da Croácia –e, como os muçulmanos hoje, os croatas se queixam de que a presença da ONU só serviu para beneficiar os sérvios. O governo bósnio também aponta que já faz tempo que os sérvios dão indicações de que gostariam de dividir Sarajevo. Mesmo que os sérvios abram mão desse plano, eles utilizarão sua posição de força em torno da cidade para obter um acordo que lhes seja favorável na Bósnia. Os muçulmanos desconfiam que, apesar da aparente intensificação da pressão sobre os sérvios, o Ocidente vá permitir a partilha da Bósnia em três, como os sérvios querem. Na prática, os sérvios estão muito mais contentes do que os muçulmanos com a interpretação dada pela ONU aos termos do cessar-fogo. A ONU definiu o controle da artilharia de modo tão amplo –colocá-la fora de condições de romper a trégua– que os sérvios sentem que o cerco a Sarajevo não foi seriamente enfraquecido. Para os EUA, o controle das armas significa colocá-las nas mãos das forças da ONU ou, no caso das que não podem ser deslocadas, enviar tropas da ONU aos locais em que elas se encontram, separando-as de seus operadores. Mas, com o prazo final imposto pela Otan tão perto, há poucos indícios de que isso esteja acontecendo. Texto Anterior: Sarajevo será liberada hoje, dizem os sérvios Próximo Texto: Italianos são acusados de fazer sexo com crianças Índice |
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