São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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Itamar e a imprensa; Educação em São Paulo; Senai e Sesi; Igreja e camisinha; Democracia das elites; Inadmissível; Regionalismo no vestibular

Itamar e a imprensa
"Os artigos de Clóvis Rossi e Gilberto Dimenstein sobre a reação de certos jornalistas e empresários ao comportamento do presidente Itamar Franco no Carnaval são admiráveis, porque, no fundo, constituem uma crítica da própria imprensa. Esta, sem assunto, divertiu o Brasil e o mundo com as aventuras inadequadas do presidente. Inadequadas, mas longe de escandalosa. Escandalosa, isto sim, foi a imprensa, não apenas fazendo tanto barulho por nada ou quase nada, mas também afirmando que o presidente ficara ao lado de uma modelo seminua, e fotografando a modelo com meia-calça, mas sem calcinha, quando era impossível para o presidente sabê-lo. Depois da incontinência da imprensa, veio a incontinência dos cidadãos ilustres e dos prelados, que falaram até em impeachment. O que afinal despertou a indignação de Clóvis Rossi e Gilberto Dimenstein. Podemos não ter o presidente perfeito, no Carnaval ele poderia ter sido mais discreto, mas temos um presidente, digno, honesto e bem-intencionado, que merece ser tratado com mais dignidade por todos nós."
Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda (São Paulo, SP)

"O presidente Itamar não merece todas estas críticas que vem recebendo do Brasil inteiro, pois não tem visão raio-x como o super-homem para saber se a moça estava sem calcinhas. Quem deve ser responsabilizado por isso é sua assessoria que deve impedir que pessoas que querem se autopromover de se aproximar do presidente."
Milton Dall Pizzolo (Cuiabá, MT)

Educação em São Paulo
"O senador Mário Covas, em entrevista a esse prestigioso jornal, investiu contra o governo Fleury, afirmando que `a educação foi sucateada'. Infelizmente, a notícia do jornal não forneceu subsídios para que pudéssemos avaliar a objetividade da afirmação do senador. Gostaríamos de informar aos leitores da Folha que o governo Fleury destina para as áreas de educação, cultura e ciência e tecnologia recursos equivalentes a mais de 50% da arrecadação do ICMS. Nos últimos três anos, foram construídas 145 novas escolas e reformadas mais de 3.000 prédios escolares. Nos últimos três anos, 261.683 professores receberam cursos de capacitação. Nesse mesmo período, 1.358 escolas foram transformadas em escolas-padrão. Elas foram implantadas pela Secretaria da Educação por sugestão do Núcleo de Gestão Estratégica, integrado por cerca de cem educadores, entre os quais se destaca a figura da própria secretária da Educação do governo Mário Covas, professora Guiomar Namo de Mello. O sucateamento da escola pública é apenas um slogan do PT. Apenas isso: um slogan. E do PT."
Ítalo Ramos, coordenador de Comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

"Nos últimos dias nos deparamos com publicidade, mandada estampar nos principais jornais de São Paulo pelo governo do Estado, ou, mais propriamente, pela Secretaria de Estado da Educação, com o slogan `Ensino público em 1º lugar'. A referida publicidade, bem elaborada por sinal, foi feita de forma arguta, a ponto de ludibriar o leitor desavisado. Tanto os educadores da Federal, quanto os do Estado não devem ter ficado tão orgulhosos desses resultados, uma vez que a maior parte dos méritos cabe aos próprios candidatos. Aliás, o dinheiro dispendido do erário público, nessas publicidades, deveria ser destinado para a construção, reforma, segurança, equipamentos e melhores salários das escolas."
José Ailton Trindade (Americana, SP)

Senai e Sesi
"Honrosamente, vimos registrar nossa satisfação em ver publicada na Folha de S. Paulo, edição de 30 de janeiro, brilhante reportagem sobre a atuação das entidades Senai e Sesi."
Ari Wojcik, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Cuiabá, MT)

"Foi muito gratificante a publicação das reportagens sobre as realizações do Senai e do Sesi."
João Batista Soares da Cunha, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –Senai (Boa Vista, RR)

Igreja e camisinha
"Em a coluna de Gilberto Dimenstein, no último domingo, sob o título 'A camisinha e a injustiça', ele aborda um importante assunto, motivado, como ele mesmo diz, pela força e influência da Igreja Católica. Sou católico e, como católico, não consigo ler o seu texto e não me manifestar. Não ouço da Igreja Católica, nem de d. Eugenio, uma mensagem de ataque à campanha na televisão que incentiva o uso da camisinha. Na verdade a posição da Igreja e consequentemente de d. Eugenio é contra a banalização do sexo e da alteração da sua posição numa escala de valores sociais e, sobretudo, morais."
Marco Antonio Sá (São Paulo, SP)

Democracia das elites
"Oportuna a posição das autoridades eclesiásticas brasileiras (CNBB), apresentando um projeto da Igreja Católica, que se intitula 'O fim da democracia das elites', publicado na Folha de 15/02."
Clésio de Luca (Florianópolis, SC)

Inadmissível
"É com muito pesar que tomo a iniciativa de escrever e remeter-lhes a presente. Mas jamais poderia deixar de fazê-lo pois, do contrário, não teria minha consciência tranquila e por isso me sinto também feliz. Refiro-me a aprovação na Câmara Federal (que deveria ser escrito com letras minúsculas) da isenção e devolução da correção monetária, cobrada sobre os empréstimos agrícolas em passado recente. Tal fato é inadmissível, descabido, sem absolutamente nenhum propósito, a não ser o de beneficiar uma boa parte dos políticos-agricultores, que certamente usaram o crédito rural para bancar suas jogadas aventureiras-eleitoreiras-irresponsáveis mal-caratistas."
José Raimundo Moreira Neto (Belo Horizonte, MG)

Regionalismo no vestibular
"É notória a precariedade das provas de história e, principalmente, de geografia do vestibular da UFPR (Universidade Federal do Paraná). São questões extremamente desvinculadas da realidade do Brasil e do mundo. Questões exclusivamente regionalistas. É ridículo, por exemplo, que às vésperas do século 21, o vestibulando tenha que memorizar mapas da região sul do Brasil ou, pasmem, da região metropolitana de Curitiba para o vestibular daquela instituição."
Amedea Barozzi Seabra (Curitiba, PR)

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