São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994 |
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"Ele ganhou as mulheres"
FERNANDO DE BARROS E SILVA
"Ele ganhou as mulheres com tudo isso", afirma o publicitário Roberto Duailibi, 57, diretor da DPZ. "Passada a fase das fofocas, o presidente será lembrado pela atitude cavalheiresca de não comprometer ou fazer acusações à moça", afirma. O consultor de marketing político Tom Eisenlohr, 60, coordenador da campanha publicitária de Tancredo Neves à Presidência em 1984, vai mais longe. "O presidente fez as coisas segundo o gosto do povão. Mostrou que gosta de mulher e que gosta mais ainda que todos fiquem sabendo disso", diz. Outro que aposta na solidariedade da população em relação a Itamar é o publicitário Agnelo Pacheco, 46, diretor de criação da agência que leva seu nome. Amanhã ele deve lançar em várias capitais do país outdoors de propaganda das calcinhas Hope com a frase "Presidente, dê uma Hope para ela". A idéia é brincar com a marca do produto, que em inglês significa "esperança". Agnelo acredita que Itamar ganharia muita publicidade se assumisse o papel da vítima. "Ele deveria se apresentar como um homem solitário, a quem acusam de ser frio, que aproveitou o Carnaval para se revelar mais humano". O publicitário Marcelo Serpa, 31, vice-presidente de Criação da Almap-BBDO, diz que a atitude de Itamar "não poderia ser mais brasileira". Mas se o presidente quiser mudar sua imagem, o publicitário já tem uma receita: deve arrumar um casamento à moda antiga na Candelária, com todas as formalidades a que tem direito. Quanto à noiva, seria melhor que se fosse uma mocinha bem tradicional. De preferência mineira. Texto Anterior: Como é feita a pesquisa Próximo Texto: Coronelismo continua vivo no Nordeste Índice |
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