São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Pepe usa rivalidade para motivar Santos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O Santos enfrenta hoje às 16h, no Pacaembu, dois adversários. Um é o Corinthians. O outro é a crise que assola a equipe da Vila Belmiro. Em sete jogos, o time perdeu três, empatou outros três e venceu apenas um. Para o técnico Pepe, o clássico de hoje "é preocupante".
Insatisfeito com a produção do time, o treinador chegou a pensar em deixar o Santos. "Em certas partidas, senti vergonha em dizer que eu era o técnico que comandava aquele time. A última partida –derrota de 2 a 0 para o Rio Branco, na última quinta-feira– foi a pior partida do Santos sob a minha direção", afirmou.
Por tudo isto, Pepe declara estar muito preocupado em enfrentar o Corinthians. Ele concorda que uma nova derrota pode instabilizar de vez o ambiente no clube.
A alternativa encontrada pelo treinador foi buscar na velha rivalidade entre os dois times o ingrediente necessário para motivar a equipe e superar a falta de entrosamento apresentada nas partidas anteriores.
"Faço parte de uma época em que tudo nos favorecia. Por mais de uma década, não perdemos deles. Isso, nossos jogadores não podem esquecer", afirmou o técnico, recordando seu passado áureo, quando participou do melhor ataque da história do Santos (e do futebol): Durval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e ele, Pepe.
Para Zé Renato, que deve substituir Macedo, o time irá suplantar a má fase com garra. "O Pepe pediu que, contra o Corinthians, a equipe se supere", disse.
Taticamente, a orientação passada aos jogadores demonstra que o Santos jogará recuado. "O fundamental é não tomarmos gols", disse o zagueiro Júnior, acrescentando que o time crescerá durante a partida na medida em que conseguir anular o toque de bola do adversário. A partir daí, Júnior acredita que a vitória dependerá do rendimento do ataque santista. "Criamos as oportunidades de gols. Mas, na hora das finalizações, estamos sendo perseguidos por uma onda de azar muito grande", diz.
O centroavante Guga segue a mesma linha de raciocínio. Para ele, uma vitória hoje devolve, definitivamente, a tranquilidade aos jogadores. "Dependemos muito dessa vitória. Se ela vier, os próximos jogos serão encarados com muito mais tranquilidade", disse.
E é isso o que mais falta, na opinião de Guga, para os seus companheiros. Para ele, o nervosismo é a principal causa da não eficiência nas finalizações. "Temos muitos jogadores jovens. Eles estão sentindo a responsabilidade de jogar em uma equipe com histórico do Santos, ainda mais numa situação de crise como esta", afirmou o atacante.

Colaborou a Redação

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