São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Incubadoras ajudam 'parto' de empresas

CLÁUDIA RIBEIRO MESQUITA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Incubadoras ajudam 'parto' de empresas
Mesmo sem dinheiro para investir, é possível começar um empreendimento com alto uso de tecnologia. O segredo está nas incubadoras. Mantidas por universidades, empresas privadas e pelo governo, elas auxiliam a abertura da empresa, desde o registro na Junta Comercial até a assessoria tecnológica. O candidato a empresário dispõe também de infra-estrutura –local na própria incubadora para o início de suas atividades, luz, água, telefone– com taxas subsidiadas. O desconto inicial chega a 80% do valor real.
O custo aumenta com o tempo, até que se torne vantajosa a saída da incubadora. Há um limite de permanência de três anos. "O incentivo financeiro é decrescente para que a empresa sofra o menor choque possível assim que ela sair da incubadora", afirma José Adelino Medeiros, professor visitante da USP e assessor de incubadoras e pólos tecnológicos da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo.
"A idéia é livrar o empresário dos entraves burocráticos, técnicos e comerciais, orientando-o em seus primeiros passos", explica Medeiros. Segundo ele, há 19 incubadoras em funcionamento no Brasil –quatro delas no Estado de São Paulo– e mais uma dezena em fase de implantação ou ainda em estudos, como a da USP. Há incubadoras especializadas em diversas áreas (veja quadro ao lado).
No Brasil, há mais de 200 micro e pequenas empresas geridas ou ainda em gestação nesse tipo de "redoma", especialmente configurada para estimular a criação de empresas e transformar idéias em produtos, processos e serviços. Os setores abrangidos são bastante diversificados. Empresas nascidas em incubadoras atuam, por exemplo, no setor químico, na fabricação de produtos odontológicos, em informática, em biotecnologia e muitos outros.
Nas Ietec (Incubadoras Empresariais Tecnológicas, a denominação oficial das incubadoras), empresários, ou futuros empresários, ganham mais tranquilidade para desenvolver seus projetos porque são subsidiados pelas entidades que as apóiam –universidades, prefeituras, governo do Estado, associações comerciais e industriais e institutos de pesquisa– isoladamente ou em conjunto.
Os candidatos às vagas em uma Ietec são selecionados por concurso público. Não são aceitas empresas poluentes. Uma vez aprovadas e instaladas, têm acesso aos serviços que as universidades e centros de pesquisa oferecem, como laboratórios para testes e toda a assessoria de especialistas. Esses serviços, opcionais, são pagos. Os preços, por hora de trabalho do consultor, costumam ser mais baixos do que os cobrados no mercado.
Podem entrar nas incubadoras também empresas já em funcionamento ou novos departamentos de empresas em atividade.
Cada Ietec ocupa, em média, área de 800 m2, em galpões, antigas instalações industriais ou prédios adaptados, com um módulo de cerca de 40 m2 para cada empresário. O restante do espaço é comum a todos os "condôminos" e pode ser utilizado para show room, sala de reuniões, banheiros, depósitos, almoxarifados e secretaria. Cada Ietec tem capacidade para cerca de dez empresas.

LEIA MAIS
sobre incubadoras na pág. 9-3

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