São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Para líderes, FHC será candidato

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Com exceção do presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (PMDB-SC), todas as demais lideranças decisivas do Congresso trabalham com a certeza de que o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, será candidato à Presidência da República, o que introduz um componente político-eleitoral na votação da MP que trata da URV.
O líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), admite que ficou "mais difícil" para FHC deixar o cargo no dia 2 de abril (data fatal para a desincompatibilização), mas, ainda assim, acredita que ele será candidato. "A votação da URV estará, inevitavelmente, influenciada pela eventual candidatura do ministro", supõe.
No PSDB, o partido de FHC, a avaliação virtualmente consensual é a de que a candidatura do ministro continua de pé. O deputado José Aníbal (SP), que se tornou um dos mais firmes defensores do plano, acha que a substituição de FHC é menos problemática do que parece. "Depois da aprovação do Fundo Social de Emergência e do envio da MP da URV, será mais uma questão de gerência e, portanto, da equipe econômica. O ministro pode perfeitamente sair".
Já o senador José Richa (PR) transfere a decisão à esfera pessoal de FHC. "Ele decidirá por si se deve sair. Se sair, será o candidato do partido, pois ninguém no PSDB se opõe", diz.
Coincidem na avaliação de que FHC será candidato deputados do PPR como Armando Pinheiro e Delfim Netto (ambos de SP) e do PT, como José Genoíno (SP). Só Luiz Henrique diverge. "O ministro está mais inclinado para se transformar no homem que domou a inflação do que em futuro presidente", diz. Mas ressalva: "Não descarto a candidatura". (Clóvis Rossi)

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