São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994 |
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Preço em URV ficaria congelado, diz FHC
GUSTAVO PATÚ
A afirmação de FHC, em uma entrevista confusa na manhã de ontem, antes da reunião no Planalto, contraria o que a equipe econômica tem dito. A MP que cria a URV previa em seu texto, pelo menos até a manhã de ontem, total liberdade de preços. Nesta fase do plano, disse FHC, o governo não estimulará a conversão dos preços à URV porque isso implicaria uma alta diária dos valores em cruzeiros reais. Os preços serão denominados obrigatoriamente em cruzeiros reais e, caso o empresário deseje, também em URV. No último caso, o número de URVs correspondente ao preço do produto seria fixo. Com isso, o governo "cercaria" os preços de duas formas: empresários que trabalharem com a URV teriam já seu preço fixado para o momento da criação do real. Quem mantiver os preços em cruzeiros reais, não subirá os valores todos os dias. Outra confusão estimulada por FHC foi a inclusão da inflação de fevereiro no cálculo dos salários em URV. Ele sugeriu que a inflação de março entra no lugar do índice de fevereiro, que ficaria de fora. Aqui também colide com a argumentação de sua própria equipe –unânime em afirmar que a inflação de fevereiro está incluída na conta da média salarial em URV. FHC deixou claro que não levará em conta eventuais defasagens no momento de converter os salários à URV pela média dos últimos quatro meses. Essas perdas –que ele admitiu serem possíveis– serão negociadas livremente, junto a empregadores ou nas câmaras setoriais, e mesmo nos dissídios coletivos. Texto Anterior: Vesúvio pode matar 1 milhão em minutos Próximo Texto: 'Diário Oficial' de hoje traz MP Índice |
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