São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Tiros ao léu

Na campanha para governador, em 86, Orestes Quércia vinha pela estrada de Botucatu em direção a São Manoel. O prefeito, Milton Casquel Monti, mandou seus correligionários para o trevo que dava acesso à cidade. Queria uma grande recepção ao candidato.
Quércia chegou e foi logo sendo abraçado pelos militantes, que gritavam palavras de ordem. Não faltou a bandinha para recepcioná-lo. Cerca de 200 pessoas estavam lá.
Subitamente, começaram os tiros. Era como se alguém apertasse o dedo no gatilho de uma metralhadora. Assustadas, as pessoas se jogavam no chão, gritavam. A segurança de Quércia tentava protegê-lo. Atrás de um carro, o prefeito já temia um atentado.
Quando cessaram os tiros as pesoas começaram a se levantar, ainda tremendo. Quércia não havia sido atingido, certificaram-se os políticos locais. Foi quando se aproximou um rapaz magro:
– Desculpa, seu prefeito.
Monti perguntou a razão do pedido. O jovem apontou uma caixa:
– Eu trouxe os rojões aí e o primeiro que eu acendi jogou uma fagulha dentro. Depois não deu mais para avisar o senhor.

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