São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994 |
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Contaminação pode causar paralisia e matar
TEREZA CRISTINA GONÇALVES
A bactéria responsável pela doença é encontrada difusamente pelo mundo. Produz o mais potente tipo de neurotoxina (toxinas que atacam o sistema nervoso) bacteriana conhecida. É a ingestão dessa toxina que causa a doença. O maior número de casos de contaminação alimentar vem de comidas enlatadas sem conservação adequada, que permitem o crescimento do microorganismo. O Clostridium botulinum não precisa da presença de ar para sobreviver. Em casos graves, a contaminação pode causar a morte. Cerca um dia depois de ingerir os alimentos contaminados, a pessoa tem uma paralisia bilateral que na maioria dos casos começa com os nervos cranianos. Visão dupla, dificuldade de falar ou engolir acontecem frequentemente. A paralisia progride rapidamente para o resto do corpo. Esse quadro pode ser acompanhado de vômitos e dor abdominal. Em geral, apenas a presença desses sintomas permite que o médico faça o diagnóstico. Exames podem ser necessários nos casos de dúvida. Existem técnicas de laboratório que demonstram a presença das toxinas em líquidos do organismo do paciente (fezes, vômitos). Em casos suspeitos é preciso sempre procurar o médico. O tratamento deve ser feito em hospitais. São usadas antitoxinas (substâncias que neutralizam a ação das toxinas) e antibióticos para eliminar qualquer fonte da bactéria no organismo. Apesar de todos os cuidados, uma taxa de morte de até 7,5% é encontrada. Como em outras contaminações alimentares, o botulismo causado pela ingestão de comida pode ser prevenido. A forma mais segura e eficaz é cozinhar por tempo suficiente os alimentos (pelo menos 10 minutos a 100ºC). Texto Anterior: Diarréia, vômito e náusea podem ser sinais de cólera Próximo Texto: Médico completa 50 anos na Santa Casa; A FRASE; O NÚMERO; Substâncias domésticas podem virar drogas; No Brasil, jovens até 16 preferem inalantes; Monitor acompanha cirurgia do cérebro Índice |
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