São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Knopfler mata o rock e se dá bem no cinema

SERGIO SÁ LEITÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mark Knopfler esqueceu a guitarra, matou o rock e foi ao cinema. As músicas da coletânea "Screenplaying" estão a quilômetros de distância do som típico de seu grupo, o multiplatinado Dire Straits.
O disco faz um apanhado de quatro trilhas sonoras produzidas desde 1983 por Knopfler, três delas inspiradas no folk de origem celta. No escuro do cinema, ele trocou o mercado pela liberdade. As 18 faixas não têm compromisso com o sucesso fácil. Apresentam um músico indiferente a clichês e formatos.
São incursões surpreendentes e extremamente felizes. Knopfler demonstra uma habilidade ímpar para traduzir imagens em sons. Seus climas incorporam o espírito das obras de tal modo que um cego seria capaz de apreendê-las apenas pela música. Pesadas, densas, as imagens e sonoridades de "Cal" são exemplares das excelências deste "outro" Knopfler.
Cinco músicas do filme de Pat O'Connor abrem o CD, seguidas de trechos de "Last Exit To Brooklyn" (com o tecladista Guy Fletcher), cinco de "Princess Bride" (com Knopfler e Fletcher) e mais cinco de "Local Hero", a rainha de suas trilhas. Gaitas, bandolins, violões e oboés são as armas de um músico que se revela múltiplo, talentoso também fora do rock. (Sergio Sá Leitão)

Disco: Sreenplaying
Artista: Mark Knopfler
Lançamento: Polygram
Preço: CR$ 7.000 (em média)

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