São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Países árabes rompem diálogo com Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os governos da Síria, do Líbano e da Jordânia romperam ontem em Washington as conversações de paz com Israel, afirmaram ontem diplomatas israelenses. A medida é uma reação ao massacre de 43 palestinos em uma mesquita em Hebron há três dias.
As forças de segurança israelenses mataram ontem quatro palestinos e um beduíno e feriram pelo menos mais 57 pessoas no terceiro dia de choques e protestos desencadeados pelo massacre. Houve um recrudescimento generalizado da Intifada (revolta palestina). Medidas de controle sobre os colonos israelenses nos territórios ocupados, decretadas pelo gabinete de Israel, foram consideradas insuficientes pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
"São medidas vazias e não constituem uma resposta suficiente", disse o líder da OLP, Iasser Arafat. O governo israelense decidiu desarmar os colonos e criar uma comissão para investigar o massacre de Hebron. Israel também pretende libertar entre 800 e 1.000 palestinos presos nos territórios ocupados.
Em Hebron, centenas de jovens palestinos ignoraram o toque de recolher e a visita do presidente de Israel, Ezer Weizman. O Exército israelense feriu 12 manifestantes.
Entre as medidas decretadas pelo gabinete israelense está o fechamento, por tempo indeterminado, da mesquita em Hebron onde houve a chacina e onde ficam os túmulos dos patriarcas. O governo pretende estabelecer novas condições de segurança.
"O conselho dos assentamentos judaicos rejeita inteiramente propostas de políticos irresponsáveis de tirar armas dos colonos e puni-los sem jugamento", disse o porta-voz dos colonos Shai Bazak. A oposição palestina na faixa de Gaza condenou a possível decisão de Arafat de retomar as negociações de paz com Israel em Washington.
Em Nova York, gestões diplomáticas continuavam em ritmo febril para definir o texto da condenação da ONU ao massacre de Hebron. A França estaria dando respaldo ao texto sugerido pela OLP. O Conselho de Segurança deve se reunir hoje novamente para chegar a um texto final.
O massacre provocou uma queda de cerca de 2% nos índices da Bolsa de Valores de Tel Aviv. Sensível à flutuação política, o mercado tem estado instável desde a assinatura do acordo com a OLP, em setembro do ano passado.

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