São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Chefe de guerrilha da Argélia é morto

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Argélia anunciou ontem um golpe importante contra o crescente movimento fundamentalista muçulmano que divide essa ex-colônia francesa no norte da África: em confronto contra forças de segurança, morreu Djafar al Afghani, chefe do extremista Grupo Armado Islâmico (GAI). Segundo a agência oficial de notícias da Argélia (APS), Al Afghani foi morto com outros nove integrantes do GAI em um subúrbio da capital, Argel.
A rádio oficial argelina, captada em Rabat (Marrocos), informou que foram mortos 25 extremistas desde a última quinta-feira, em choques nas cidades de Argel, Blida, Telemcen, Jijel e Tapaza. Segundo a agência "Reuter", não está claro se os 10 mortos do GAI estão incluídos nessa cifra.
Credita-se a Al-Afghani, que teria 29 ou 30 anos e cujo verdadeiro nome é Mourad Sid Ahmed, o sequestro de funcionários consulares franceses em outubro de 1993. O nome "Al Afghani" deriva do fato de ter combatido com fundamentalistas afegãos contra o governo pró-Moscou de Cabul. O extremista foi condenado à morte por assassinato, no ano passado.
A organização GAI não faz parte da também fundamentalista Frente Islâmica de Salvação (FIS), que foi proscrita depois dos violentos protestos que se seguiram ao cancelamento da eleição de 1992, em que a FIS saía vitoriosa. O GAI iniciou seus violentos ataques contra as forças de segurança em novembro de 1991 e reivindicou o assassinato do ex-primeiro-ministro Kasdi Merbah. Também lançou uma "guerra santa" contra estrangeiros, jornalistas e intelectuais pró-Ocidente.
A violência política iniciada em fevereiro de 1992 já provocou mais de 3.000 mortes na Argélia –30 de estrangeiros. A maioria dos 26 milhões de habitantes vive sob toque de recolher.

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