São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Qual! Revisão?; O tempo é o pior remédio; Desigualdade racial; Salários pós-URV; Detalhes de Lula; Desinfetantes poluentes; Dois craques; Resgate da escola pública; Moradia em São Paulo

Qual! Revisão?
"Os arautos da reforma constitucional, entre eles a figura do 'ético' deputado peemedebista Nelson Jobim, afinaram suas trombetas e anunciaram com inusitada competência: ou se faz a revisão da Constituição para se permitir a necessária reforma tributária, ou o país fica inviabilizado. Mergulhei nessa canoa furada. Amarga ilusão! Instalada a polêmica assembléia revisora, a necessária reforma tributária já não é tão urgente, o país pode esperar mais um pouco, pois os interesses dos políticos que decidem agora são outros: desencompatibilização, direito a reeleição, interesses regionais, duração do mandato presidencial etc."
Ewerton Almeida, deputado estadual pelo PMDB (Salvador, BA)

"Estamos solidários com o deputado Nelson Jobim, relator da revisão, no caso da redução do número de vereadores e de seus subsídios."
José Lopes Filho (Juiz de Fora, MG)

"A Folha prestará um grande serviço aos eleitores e à própria democracia se divulgar até as eleições os nomes dos congressistas faltosos. O eleitor poderá conhecer aqueles que recebem dinheiro público e não trabalham."
Osmar Dargel Pereira (Curitiba, PR)

"Quando a nação paulista se levantará contra a esfarrapada Federação que nos legou a ditadura militar, referendada pela 'Constituição Cidadã' de 88? Menos de 12 milhões de cidadãos de primeira classe do SE, MS, GO, AC, AP, RO, RR e DF têm 81 votos na Câmara e 24 no Senado, contra mais de 33 milhões de cidadãos de segunda classe de SP, que têm hoje 60 votos na Câmara e três no Senado."
Celso Aimbiré dos Santos (Campinas, SP)

"A nação precisa saber que essa reforma constitucional é ilegal, inconstitucional e ridícula. O Congresso Nacional, utilizando-se de uma esperta interpretação do art. 3º dos Atos das Disposições Transitórias e trabalhando em proveito próprio, se dispôs a efetuá-la. Porém esse trabalho só seria correto, lídimo e verdadeiro se, e tão-somente se, o eleitorado consultado em plebiscito, conforme o art. 2º de tais atos, definisse por um modelo e sistema político diferente daquele que o art. 1º da vigente Constituição estabelece."
Carlos Roberto Mettitier (Itapetininga, SP)

O tempo é o pior remédio
"A bem-sucedida campanha para arrecadação de impostos, conduzida pelo atual secretário da Receita Federal, Osiris Lopes Filho, deixa o consumidor satisfeito ao ver o destino certo do imposto que ele já pagou. Multas e correção monetária representam medidas inquestionáveis aplicadas aos faltosos. Todavia, gostaria de ver praticado o mesmo princípio de justiça no sentido inverso, ou seja, nos impostos indiretos, como o IPI a devolver. Neste caso, a Receita, com artifícios arbitrários, protela 'ad infinitum' o valor à devolver (sem correção monetária), esperando que o tempo se encarregue de pulverizar seu valor real."
Giovanni Pennesi (São Paulo, SP)

Desigualdade racial
"O Brasil precisa assumir que tem desigualdades e que precisa superá-las. Mas a maior das tarefas será a de enfrentar o racismo que permeia a sociedade brasileira. O enfrentamento do racismo será a rejeição de alguns mitos construídos ao longo dos anos. Entre estes o da 'democracia racial'. Democratizar o país é necessário. É preciso reverter as estatísticas, levando as crianças negras às escolas, e que nelas permaneçam em condições de igualdade com as crianças brancas."
Minervino Francisco de Oliveira (Anápolis, GO)

Salários pós-URV
"É sabido que a recomposição do poder aquisitivo de cada categoria dá-se em sua data-base, zerando as perdas. Por que então não fazer a conversão em URV considerando-se os salários em dólar na data-base?"
José Lui Cicuto (Osasco, SP)

"Explica-se a intenção da CUT de promover geral geral contra a conversão dos salários pela média a partir da criação da URV: o sr. Jair Meneghelli, petista convicto, é adversário político do ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e este é candidatíssimo à Presidência da República."
Samuel Machado Filho (Ribeirão Bonito, SP)

"Gostaria de suplicar aos 'brilhantes' economistas do governo que estão preparando a enésima conversão de salários e proventos pela média: pelo amor de Deus, considerem os pagamentos dos aposentados como sendo no primeiro dia útil do mês, pois se forem convertidos pelo dia efetivo de pagamento, isso vai cristalizar perdas definitivas de mais de 25% para quem recebe após o décimo dia útil."
Gilberto Montero (São Paulo, SP)

Detalhes de Lula
"Em que pese toda a gozação de Arnaldo Jabor –analista do inconsciente político brasileiro– em torno do affair Lílian-Itamar, há uma coisa muito séria dita no final do seu artigo. Vou descatar porque é notável a sua perspicácia: 'Somos movidos por detalhes ínfimos, bobagens mudam o nosso destino'. Sem dúvida a nossa história está carregada deles. O caso Lula é o exemplo característico. E já se percebe variadas jogadas para lançar os dados nesta direção. Faz-se necessário exercer mais do que nunca a crítica desses desvios a fim de impedir que o Lula seja vítima de outra metonímia."
Manoel Dias Galvão (Manaus, AM)

Desinfetantes poluentes
"Parabenizo a todos pela matéria editada no jornal de 20/02, acerca de desinfetantes poluentes."
Elizabeth Silva (São Carlos, SP)

Dois craques
"Abram mais espaço para este grande ilustrador que é o Kipper. Kipper é um maioral! E o Angeli? Continua se superando na charge da 2ª página. A charge da edição de 13/02 (Itamar no Sambódromo) e a do PC ('Beatles' atravessando a Abbey Road) são para nunca se esquecer. Parabéns à Folha por estes dois craques!"
José Salles Neto (Brasília, DF)

Resgate da escola pública
"Partindo do preceito constitucional de que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, os pais de alunos em escolas públicas em São José do Rio Preto partiram para a organização de um movimento pioneiro que servirá de exemplo. Organizaram a Comissão Permanente de Pais para o Resgate da Escola Pública."
José Carlos do Amaral (São José do Rio Preto, SP)

Moradia em São Paulo
"É impossível silenciarmos diante do artigo assinado pelo secretário de Habitação do município de São Paulo (19/02). O desempenho do governo Maluf no setor da habitação é simplesmente sofrível. Em campanha, prometeu construir 120 mil casas. Até agora não fez nenhuma. Pior: paralisou a construção de 8.000 casas que estão sendo construídas em regime de mutirão, a um custo de US$ 100/m2; paralisou as obras de urbanização de favelas que iriam beneficiar milhares de famílias que hoje são atingidas pelas chuvas e correm risco de vida; paralisou os projetos de urbanização dos cortiços sem apresentar qualquer proposta para os mais de 3 milhões de paulistanos que vivem nesta situação."
Paulo Conforto, coordenador da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (São Paulo, SP)

Aborto
"Quero criticar o artigo do professor José Rodrigues Filho publicado dia 18/02 sob o título 'A ligadura de trompas'. O ilustre professor inicia o artigo colocando a palvra aborto, e termina da mesma forma, numa clara alusão que ele queria mesmo é falar sobre aborto e atacar a Igreja Católica. Sou espírita, não sou católico, mas admiro a posição da Igreja na defesa da vida."
Luiz Antônio de Oliveira Cachapuz (Rio Branco, AC)

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