São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Custo de previdência privada cresce com idade

Veja exemplos de planos de previdência privada

JOSÉ VICENTE BERNARDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro Kazimierz Nowak, 69, aposentou-se em 90, quando ocupava o cargo de gerente de manutenção na Aços Anhanguera. Com a ajuda da empresa –que mantém um fundo de pensão e um programa de orientação para os "aposentáveis"–, ele se cercou de todas as garantias para um pós-carreira tranquilo. Ganha "algum dinheiro" com a criação de abelhas, montou uma oficina para trabalhos em madeira e participa como voluntário de várias entidades filantrópicas. As "brigas" com a mulher ou marido –que tendem a se acirrar na maioria dos casos de aposentadoria "ociosa" –ocorrem também no caso de Nowak. "Mas ela reclama porque eu paro pouco tempo em casa", brinca.
O apoio que Nowak teve da empresa não é regra entre grandes empresas nacionais e multinacionais instaladas no país. Segundo levantamento de 93 da empresa de consultoria em previdência privada Mercer MW, das 248 empresas pesquisadas –que empregam 1,2 milhão de pessoas– 46% não mantinham planos de previdência privada em operação.
Nowak iniciou suas atividades paralelas em 1971, mesma época em que entrou em outro programa de complementação de aposentadoria –que acabou falindo sem pagar os segurados. O medo de situações como essa contribui para que o trabalhador brasileiro não seja um grande cliente de planos de complementação de aposentadoria. Outro fator inibidor é o financeiro.
Sem a subvenção da empresa, um plano de aposentadoria privado para um profissional de 30 anos que queira receber o equivalente a CR$ 200 mil a partir dos 50 anos significa uma mensalidade de cerca de CR$ 75 mil. Quem tem 40 e aos 55 anos deseja uma complementação de CR$ 500 mil deve pagar mensalidades de CR$ 274 mil, segundo cálculos da Bradesco Seguros (outras empresas do ramo são Itauprev e Prever, que reúne os bancos Bamerindus, Unibanco e Nacional).(JVB)

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