São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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Hargreaves diz que revisão corre riscos

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A revisão constitucional, pelas análises do ministro Henrique Hargreaves, da Casa Civil, terá agora a sua semana decisiva. Dependendo do tratamento que der à chamada "agenda política", o Congresso revisor vai estar definindo seu destino, disse o ministro. "Se não houver um bom desempenho nos próximos dias, evitando o atendimento a desejos imediatos dos políticos, a revisão poderá ser desvalorizada", assegura.
Henrique Hargreaves voltou ao governo há 27 dias prometendo moderação. Até agora, sua atuação em nada tem lembrado a tumultuada passagem anterior pelo Palácio do Planalto, quando depois de trombar praticamente com todos os integrantes do governo durante mais de um ano acabou sendo afastado, enquanto a CPI do Orçamento fazia uma devassa na sua vida pessoal. Inocentado, um dos mais fiéis integrantes do chamado "Grupo de Juiz de Fora" retorna decidido a levar o Governo Itamar Franco até o final em águas mansas.
Hargreaves, como que curado, não se intrometeu esta semana no episódio da saída da ministra dos Transportes, Margarida Coimbra. "Nessa história eu não tenho nada a ver", disse. Ele defende também a parcela militar que, a cada dia, tem tomado conta de postos-chave no governo. "Por que discriminar um militar? Ele é muito mais disciplinado e tem sido chamado para atuar em locais que exijam disciplina", explica. "Mas não há militarização do governo", assegura.

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