São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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PMDB é alvo das críticas de Covas e Dirceu

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

PMDB é alvo das críticas de Covas e Dirceu
Candidatos ao governo de São Paulo, o senador Mário Covas (PSDB) e o deputado federal José Dirceu (PT) escolheram como alvo principal da campanha as administrações de Orestes Quércia (87-90) e Luiz Antônio Fleury Filho. Os dois candidatos prometeram recuperar em São Paulo o que avaliam ser "uma perda de importância política e econômica" do Estado.
Covas afirmou que os governos Quércia e Fleury foram "oito anos de ganância e vaidade". O coordenador-geral da campanha de Dirceu, Cândido Vaccarezza, disse que Quércia e Fleury "governaram para os ricos e a elite".
Covas classificou como "crime" obras paralisadas pelo governo Fleury. Ele citou como exemplo "um esqueleto de concreto avaliado em US$ 300 milhões, que deveria ser o Hospital da Mulher". Para Covas, a obra –na avenida dr. Arnaldo ao lado do hospital Emílio Ribas– é um "monumento à incompetência e à safadeza".
Vaccarezza atacou o Projeto Tietê: "Após dez anos de investimentos de quase US$ 1 bilhão, conseguiu-se pouco resultado prático: não reduziram significativamente a poluição e só recentemente ampliaram a capacidade de navegabilidade do rio." O coordenador afirmou que "há uma rede de corrupção por trás do projeto, que será desmantelada no governo de José Dirceu".
Covas e Dirceu trocaram farpas, porém, ao comentarem suas candidaturas. "Nenhum dos meus adversários tem uma imagem que possa ser associada a um governo voltado para os pobres", afirmou Dirceu. Covas respondeu que era "presunção" do candidato do PT considerar que tem o "o monopólio da defesa dos pobres".
Outro lado
A assessoria de imprensa do governador Fleury atribui as acusações a "motivações políticas". O coordenador de imprensa de Fleury, José Aparecido Miguel, disse que vê "uma ação combinada entre o PT e o PSDB, visando a uma futura coligação em São Paulo". Segundo o assessor, Fleury disse que Covas "sempre o elogiou" e que, se "agora faz críticas é porque a campanha começou".
Miguel afirmou que os adversários do governador esquecem de falar das realizações do governo, como "80 mil casas populares construídas, implantação de 1.358 escolas-padrão, despoluição do rio Tietê e melhoramentos em 14 mil quilômetros de estradas".
O secretário estadual de Saúde, Carmino Antônio de Souza, disse que a obra da av. dr. Arnaldo está paralisada devido ao cronograma financeiro. Segundo Souza, "a crise na saúde é de responsabilidade do governo federal" e o Estado foi obrigado a redefinir prioridades.

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