São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994 |
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Divergência entre partidos ameaça trabalhos da revisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os partidos favoráveis à revisão constitucional vão tentar esta semana, mais uma vez, elaborar uma pauta de votações. PFL e PPR vão tentar aprovar uma inversão na pauta para que a votação da ordem econômica, principalmente a quebra dos monopólios estatais, seja apreciada já a partir desta semana. Outros partidos, como PMDB e PSDB, são contra a antecipação da ordem econômica e continuam defendendo que as votações priorizem as reformas políticas.PFL e PPR querem a antecipação porque avaliam que, se a ordem econômica ficar para o final, pode não ser votada. No PMDB e no PSDB, a tendência das bancadas é não priorizar esses artigos. Muitos dos congressistas tucanos e peemedebistas são contra a quebra dos monopólios e não têm interesse em que esses artigos da Constituição sejam alterados. A cada dia que passa fica mais difícil a realização da revisão constitucional. Além do trabalho dos "contras" (partidos que se opõem à revisão: PDT, PT, PSB, PC do B, PSTU e PV), os trabalhos do Congresso revisor também são atrapalhados pelas ausências dos parlamentares dos partidos oficialmente favoráveis à revisão, como PMDB e PSDB. Se a antecipação das votações da ordem econômica não for conseguida, até mesmo PFL e PPR podem deixar de se empenhar pela revisão. As reformas políticas nunca foram a principal preocupação desses dois partidos. A proximidade das eleições também dificulta a presença dos congressistas em Brasília, porque eles ficam mais interessados em visitar suas bases eleitorais. Programação Mesmo que ocorra a antecipação, durante esta semana está programada a votação de temas das reformas políticas. Estão na relação os capítulos que tratam do mandato presidencial (quatro ou cinco anos) e da supressão dos cargos de vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito. A intenção do PFL e do PPR é que as primeiras votações da ordem econômica sejam dos capítulos que tratam do subsolo brasileiro e da definição de empresa nacional. O presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), já não tem certeza de que a revisão será realizada. Ele afirmou que, se as votações não ocorrerem de segunda a sexta-feira, é melhor que o Congresso desista da revisão. Em função disso, foi acertado que, a partir do dia 14 de março, as votações da revisão serão realizadas de segunda a sexta. Texto Anterior: Williams Próximo Texto: FOME; PM Índice |
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