São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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PT condena aliança do PSDB com PFL

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A aproximação do PSDB com o PFL em torno de uma provável candidatura de Fernando Henrique Cardoso a presidente da República foi condenada duramente por Luiz Inácio Lula da Silva e por resoluções aprovadas durante reunião do diretório nacional do partido, realizada sábado e ontem, em São Paulo. O PT entende que a virtual candidatura do atual ministro da Fazenda terá caráter anti-Lula e será o principal alvo da campanha eleitoral petista.
Durante a reunião de seu diretório, o PT divulgou nada menos de três documentos sobre o PSDB. O primeiro deles diz que, por trás do Plano FHC, "há um estelionato eleitoral em marcha". O segundo é uma resolução sobre política de alianças para a próxima eleição. Diz que a direção do PSDB "nega suas pretensões democráticas" por querer "ressuscitar o cadáver da Aliança Democrática com o PMDB e o PFL".
O terceiro documento do PT em relação ao PSDB é uma carta dirigida à base tucana, para que resista à aliança entre o partido e o PFL. A escolha do PSDB como alvo preferencial do PT foi reforçada por uma entrevista dada por Lula. "Lamento que o querido amigo (referia-se a Tasso Jereissati, presidente tucano) tenha tido uma recaída para o conservadorismo, o neoliberalismo e o atraso", afirmou. "Ele tinha uma história de rompimento com o coronelismo".
Ao se aproximar do PFL, segundo Lula, o PSDB "está abdicando de um programa social-democrata para cair nos braços retrógrados de Ricardo Fiúza, Antônio Carlos Magalhães, Joaquim Francisco, Jorge Bornhausen, aquele da mala preta, e Marco Maciel'. Lula disse que o "namorico que Tasso tenta começar com ACM certamente não contará com o apoio da base" do PSDB, que votará nele. "A frente anti-Lula é uma vingança dos corruptos", disse. Fez questão de afirmar que não incluía FHC nessa análise.
No documento, o PT diz que o Plano FHC e a aproximação com o PFL inviabilizarão uma "aliança nacional" com o PSDB. Com relação ao plano, diz que ele foi elaborado pela "mesma equipe do Cruzado em 86, contexto em que o atual ministro da Fazenda conseguiu sua única vitória pelo voto".

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