São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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"Sem camisinha, não tem negócio", diz prostituta

Garotas de programa esperam distribuição de preservativos

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há mais de seis meses, as mulheres que fazem programas no centro da cidade não recebem camisinhas da Secretaria da Saúde. Olga Rosa, 62, "tia" de uma das casas que funcionam em Santa Cecília, vem comprando caixas de camisinhas para serem divididas entre suas oito "meninas".
A baiana Patrícia Miranda, 23, quatro filhos e três anos na casa, diz que gasta mais de 20 preservativos por dia.
Os programas custam cerca de CR$ 3.500,00 e duram dez minutos. "Se o freguês quiser mais, a gente combina."
A paranaense Silvana Pinheiro dos Santos, 19, faz programas desde os 17. Diz que chega a receber 15 a 20 "fregueses" em dias de pagamento. "Sem camisinha, não tem negócio."
Ana Silva, 19, está grávida de sete meses. Será seu terceiro filho. "Muitos homens nunca transaram com uma grávida e me procuram." Ela também afirma que só faz programas de camisinha.(AB)

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