São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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Presidiários precisam de 600 mil camisinhas

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na quinta-feira passada, pela primeira vez, a Secretaria de Estado da Saúde enviou 20 mil camisinhas para serem distribuídas aos presidiários. "É uma miséria", disse Manoel Schechtmann, 60, diretor do Departamento de Saúde do sistema penitenciário.
Segundo ele, são necessárias 600 mil camisinhas por ano. Cerca de 52 mil homens e mulheres estão presos hoje no Estado. Vinte mil nas cadeias e DPs e 32 mil no sistema penitenciário. De acordo com Schechtmann, cerca de 9.000 presos têm direito a visitas íntimas. Sobre a atividade sexual dos outros presos não há estatísticas, mas homossexuais e travestis mantêm uma rede de prostituição nas cadeias. Alguns fazem de 10 a 20 programas por dia.
Há também aqueles que fora da prisão são heterossexuais, mas que assumem papéis homossexuais forçados pelos outros presos. Por isso, Schechtmann considera que todo preso deveria receber ao menos uma camisinha por semana.
Pesquisas feitas na Casa de Detenção indicaram que cerca de 17% dos presos são portadores do vírus da Aids.(AB)

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