São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sobreposição de peças é tendência

Uniformes terão presença forte

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uniformes militares e de trabalhadores e sobreposições de peças serão marcas fortes da coleção outono-inverno que começa a chegar nas lojas no final deste mês e início de abril. As confecções também não se esqueceram do luxo de modas literalmente antigas. As vitrines vão mostrar peças com requintes do que foi utilizado nos séculos 16, 17 e 18.
A Zoomp, grife de moda jovem, avisa que vai colocar nas lojas casacos verdes –estilo militar– em sarja. O trabalhador chinês será lembrado em peças confeccionadas em jeans. Mas a malharia aumentou seu espaço na coleção. Neste ano, cerca de metade dela foi feita em malha. Ano passado, lembra Marilene Maggioni, 39, coordenadora de estilo, 30% da coleção era confeccionada neste tipo de tecido. "Assim os preços ficam mais acessíveis."
Samy Benedykt, 42, um dos sócios da Transport (moda casual unissex), também investiu em roupas tipo uniforme. "É uma tendência internacional a linha "worker". Nossas roupas lembram o operário dos anos 30, uma espécie de mistura de "grunge" com roupas largas", explica o empresário. As peças com inspiração militar vão ter bolsos e zíperes expostos nas cores cáqui, preta, marinho e branca.
A Alcaçuzz, confecção feminina, fez uma linha com peças que reeditam o "imperialismo" do século 16, afirma Rosangela Klein, 37, uma das sócias. Redingotes em crepe com veludo flocado, tecidos adamascados, calças justas de veludo, vestidos próximos ao corpo são exemplos do que ela criou.
A grife de roupas femininas prêt-à-porter Lita Moratari pegou o luxo do fim dos séculos 16, 17 e 18 como base para sua coleção feita com veludos e outros tecidos da Alemanha e Paris. "As roupas foram feitas para os anos 90", afirma Tania Mortari Magalhães, uma das sócias.
Outras tendências fortes são a sobreposição de peças e a transparência para a coleção outono-inverno, diz Sara Vaintraub, 48, coordenadora do 6º Encontro Mineiro de Moda, que reuniu há cerca de dois meses 40 confecções mineiras em São Paulo.
Para a moda mais jovem, a Surfmore, com 37 lojas, preparou sua coleção de malharia apostando principalmente em peças nas cores verde-musgo e vermelho "coração-de-leão", assim como o xadrez e bordados aplicados como padronagens.

Texto Anterior: Produção de roupas aumenta até 35%
Próximo Texto: Purina investe US$ 6 milhões em três anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.