São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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Purina investe US$ 6 milhões em três anos

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado dos automóveis de luxo e dos importados, ração para cães e gatos é mais um negócio no rol dos supérfluos que tem prosperado. Os números do setor mostram crescimento de 13,6% na produção de alimentos para pequenos animais em 93 comparado a 92.
O desempenho positivo transformou esse segmento no alvo de investimento das indústrias. A Purina é uma delas. A empresa pretende gastar US$ 6 milhões nos próximos três anos na ampliação da fábrica em Ribeirão Preto (SP) para aumentar a produção de "pet food", alimentos para animais domésticos. Em janeiro, por exemplo, suas vendas cresceram 17% em relação ao mesmo mês de 93, superando a expectativa que girava em torno de 8%.
"O potencial do mercado de rações para pequenos animais é grande", diz o diretor-superintendente da Purina Nutrimentos, Astor Hauschild, 49. Em sua avaliação esse negócio que movimenta cerca de US$ 150 milhões anualmente deve crescer a uma taxa de 10% ao ano até o final da década. Para a sua empresa, ele projeta aumento de 15% nas vendas neste ano em relação a 93. No ano passado, a Purina produziu 50.000 toneladas de "pet food", 5.000 toneladas a mais do que 93.
Esse otimismo tem motivo. Pesquisa realizada junto aos donos de cães e gatos revela que apenas 13% deles usam ração o tempo todo. Na Europa e nos Estados Unidos, esse índice chega a 70%, diz Hauschild. Segundo ele, 87% é a parcela do mercado a ser conquistada. Números do Sindirações (Sindicato da Indústria de Rações Balanceadas) mostram que há hoje cerca de 13 milhões de cães em residências.
Com sete tipos diferentes de rações para cães e gatos, a empresa faz sigilo sobre os lançamentos até o final do ano. O principal atrativo para conquistar o consumidor continua sendo a praticidade e a economia. Nas contas da Purina, por exemplo, gasta-se US$ 0,62 por dia para alimentar um cão de porte médio utilizando-se ração (500 gramas) de primeira qualidde. Para preparar refeição equivalente, em casa, gasta-se US$ 1.
A opção da Purina em apostar no segmento de "pet food" é uma estratégia para escapar da oscilação das vendas de rações para animais de produção. A Divisão Agri da empresa, que responde por 80% do faturamento de US$ 150 milhões, praticamente ficou estagnada nos dois últimos anos. Motivo: a queda na remuneração do produtor que passou a tratar menos do rebanho, usar menos ração e optar pelas mais baratas que proporcionam baixo rendimento. O resultado já bateu na indústria. Em suas oito fábricas que produzem rações para animais de grande porte, a ociosidade chega 40%.
Para driblar a estagnação nesse segmento, a empresa está investinto US$ 2 milhões, no prazo de um ano e meio, na automatização das fábricas e informatização da administração central. "Com isso vamos reduzir 10% o número de funcionários em dois anos e ganhar eficiência", diz.

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