São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Especialistas apelam para trabalho braçal

Especialização não garante emprego

DA SUCURSAL DO RIO

A falta de oportunidades no magistério transformou Luiz Alberto Oliveira, 42, em massagista do Fluminense Football Club, onde completa este mês 13 anos de serviço. Bacharel e licenciado em história pela Universidade Federal Fluminense, Oliveira passou em 10º lugar no concurso público para professor do Estado, em 78, mas nunca foi chamado.
"Fui várias vezes à Secretaria de Educação, mas sempre diziam que não havia vagas. Apelei até para políticos, mas não deu", conta. Luiz afirma que os baixos rendimentos como massagista e o prazer pela pesquisa o fazem sonhar com uma volta à sala de aula. Ele recebeu, este mês, um salário líquido de CR$ 92.557,00.
Montar uma pequena confecção especializada em malhas foi a solução encontrada há quatro anos por Luís Fernando Silva, 35, e sua mulher, Idê Maria Lorençon, 32, para equilibrar o orçamento doméstico. Ele era técnico de som do grupo de rock Barão Vermelho até o ano passado, e ela trabalha como enfermeira num posto de saúde do Rio.
Luís e Idê trabalham no térreo de sua casa, em Niterói, onde estão instaladas seis máquinas avaliadas em US$ 5.000. Para melhorar seu desempenho como empresário, Luís Fernando frequenta os cursos do Sebrae, onde foi convencido a legalizar a confecção. "Perdemos muitos trabalhos por não emitir nota fiscal", diz.

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