São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Enfermeira sustenta 4 filhos com um salário

MARCOS NOGUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

A auxiliar de enfermagem Maria José Mendes Amorim, 36, é duplamente vítima do preconceito no mercado de trabalho que discrimina mulheres, principalmente negras e pardas. Ela ganha um salário mínimo trabalhando na unidade mista de saúde do bairro de São Bernardo, em São Luís (MA). Sustenta sozinha quatro filhos e tem um sonho: "Quero ter minha casa e juntar dinheiro para fazer a faculdade de enfermagem".
Maria José nasceu em Itapecuru, a 120 km de São Luís, e trabalhou na roça até os 22 anos. Em 1990 mudou-se com o marido e quatro filhos para São Luís.
Hoje Maria José assume as despesas de sua casa sozinha porque o marido está há 14 meses trabalhando na serra dos Carajás, no Pará. "Além de não ajudar nas despesas, ele arrumou outra mulher."
Após mudar para São Luís, Maria José fez o supletivo de 1º grau e o curso técnico de enfermagem. "Espero arrumar um emprego melhor depois que receber o diploma de técnica de 2º grau.". Ela mora de graça em uma casa de propriedade da arquidiocese de São Luís.

Texto Anterior: Mercado é de brancos
Próximo Texto: Miséria é ciclo vicioso
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.