São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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CNA prevê desabastecimento

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antônio de Salvo, previu ontem que poderá haver desabastecimento de alimentos básicos daqui seis meses se o plano de estabilização der certo.
"Da forma como está estruturada, a agricultura brasileira não suportaria um aumento mínimo de consumo", afirmou Salvo.
Segundo o presidente da CNA, o plano reduz a renda a curto prazo, mas depois os salários devem ser elevados.
Política agrícolaA proposta da CNA para evitar problemas de falta de alimentos básicos no futuro é a definição de uma política agrícola que garanta o mínimo de rendimento aos produtores.
"É isso que vai fazer os agricultores plantarem mais na próxima safra", disse Salvo.
Essa proposta, segundo ele, passa pela solução do endividamento rural –inclusive a aprovação do decreto legislativo 383, que susta a cobrança de juros e correção monetária sobre os financiamentos à produção agrícola.
O Ministério da Fazenda não está preocupado com uma possível falta de alimentos básicos caso haja aumento de demanda, relatou Salvo. "O governo acha que resolve o problema importando", afirmou.
Conversão
Na próxima quinta-feira, as lideranças rurais voltam a se reunir com o secretário de Política Econômica, Winston Fritsch, para discutir como ficará a conversão dos preços agrícolas em URV.
A CNA defende que a URV indexe os financiamentos e os preços mínimos. Já o Ministério da Fazenda quer a permanência das regras atuais –correção monetária pela TR (Taxa Referencial) mais juros de até 12,5% ao ano.

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