São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994 |
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'Eu não sei'
NELSON DE SÁ
Pela descrição, não pode ser outro partido que não o PT. Antônio Carlos Amorim, que é presidente do Tribunal de Justiça, no Rio de Janeiro, teria falado em "um partido que tem grandes possibilidades, está se preparando para ganhar as eleições e assumir o Brasil". Só faltaram as duas letras –segundo Dallari, para evitar um processo por difamação. Outra indicação, registrada ontem no Jornal Bandeirantes, citando declaração de Amorim em entrevista coletiva na Itália: "Ele reafirmou que um partido político do Brasil recebe dinheiro ilegalmente do exterior, sobretudo de fontes italianas, mas também da Alemanha, da França e da Polônia." De países assim, só mesmo dinheiro de centrais sindicais. Também o Jornal Bandeirantes vê um interesse eleitoral camuflado na acusação: "É um ato político com alvo muito certo, a sucessão presidencial no Brasil." Mas o autor da denúncia, afinal, deu as caras. Entrevistado com exclusividade pelo Jornal Nacional, como esperado, Amorim manteve o suspense, amenizou a denúncia e até afetou ingenuidade. "O que eu pretendia é que fosse verificada a possibilidade da existência de remessa de dinheiro irregular para o Brasil, atendendo a um determinado ou qualquer partido." "E que partido é esse?" "Eu não sei." Maluf Perguntou o Jornal da Record: "O senhor abre mão da sua candidatura em favor de Antônio Carlos Magalhães?" Respondeu Paulo Maluf: "Eu diria que a favor do Brasil eu abro mão de qualquer interesse pessoal meu. Eu sei que a gente está melhor nas pesquisas, mas quem senta na mesa não veta e não indica." Em outro momento, falando ao Rede Cidade, da Bandeirantes, acrescentou Paulo Maluf: "Se o PFL lançar candidato próprio, como, por exemplo, fala-se em Antônio Carlos Magalhães, eu, da minha parte, eu quero dizer que consultarei meus companheiros." Dá vontade de rir. Texto Anterior: Receita investiga faturamento Índice |
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