São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Museu preserva memória da barbárie do século

CARLOS EDUARDO LINS E SILVA
DE WASHINGTON

Mesmo nos dias de tempestade de neve as filas em frente ao Museu do Holocausto em Washington foram sempre enormes no início de cada manhã neste inverno. A única maneira para se conseguir visitar o museu é conseguir um passe logo cedo para entrar com hora marcada.
O sucesso do Museu do Holocausto, inaugurado em abril do ano passado, é tão grande que seus dirigentes têm feito apelos aos residentes da região metropolitana de Washington para que adiem suas visitas, de modo a dar chance aos turistas para conhecê-lo. Esse êxito só fez aumentar desde que o filme de Spielberg sobre o Holocausto estreou.
O edifício do museu, com 25 mil metros quadrados de área construída, tem cinco andares, foi projetado pelo arquiteto judeu James Ingo Freed, 63, refugiado nos EUA desde os 9, quando sua família deixou a Alemanha nazista, é considerado um dos mais bonitos do complexo de museus mantidos pelo Instituto Smithsonian. O projeto custou US$ 168 milhões.
O ponto considerado como o mais impressionante do prédio é o "Hall da Recordação", ampla área centralizada por uma tocha de fogo eterno, em que silêncio absoluto deve ser observado, concebida para servir de lugar para os visitantes meditarem sobre o que viram.
Apesar do grande sucesso do museu e do filme, muitos observadores da sociedade norte-americana acham que as lições morais que os dois pretendem transmitir aos cidadãos têm tido pequeno efeito. Para esses críticos, um exemplo desse fracasso é a omissão do governo dos EUA, consentida pela população, na crise da ex-Iugoslávia, onde ocorre genocídio com características semelhantes às do Holocausto.

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