São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Tempos de URV; Tribunal de Contas do Município; Hebe e o Congresso; Minorias que querem demais; Aliança e coerência; Exemplo mexicano

Tempos de URV
"O Plano FHC é inodoro e parece não ter sexo. Contudo se apresenta como artifício capaz da mutação econômica: de junho em diante a inflação despenca a reboque das reservas cambiais que serão 'queimadas'; o fogo perdurará por outubro e novembro. Aí então outro Fernando Henrique Cardoso –dessa vez desasnado– sobe a rampa, por trás do biombo econômico, com moedas de comunicação."
Oséas Singh Jr. (Campinas, SP)

"Pelo menos para uma coisa o Plano FHC serviu: mostrou que políticos, empresários e lideranças sindicais não querem que a inflação baixe."
Claudia Rodrigues (Belo Horizonte, MG)

"A Folha tem um compromisso com os seus leitores: o de mantê-los bem-informados. Está no 'Manual da Redação' o compromisso do jornalismo-verdade. Por que a Folha minimiza a gravidade dos riscos que a URV carrega? Para proteger o ministro-candidato? Por que a CUT foi tão atacada quando se posicionou contra o Plano Cruzado (no que estava correta) em 1986? Os 'andrés laras resendes' e 'pérsios aridas' da vida estão de volta para surrupiarem os trabalhadores em seus ganhos salariais! Será que a URV não vem como um novo Plano Cruzado para garantir a vitória eleitoral dos tucanos, como aconteceu em 86?"
Fabiano Viotti (Caxambu, MG)

"É lendo Aloysio Biondi que a gente percebe a farsa da URV e de outros planos afora. Interesses políticos e econômicos sempre sobressaíram aos sociais. Está no sangue da tropa. Assim se explica por que a 'tetralogia' governo vendido, político corrupto, empresário ladrão e trabalhador desgraçado se consubstancia, não acaba nunca. Fora FHC! E nem volte para a USP. Vá para os braços do ACM. Vocês se merecem. Aloysio Biondi para a Fazenda."
Jurcy Querido Moreira (Guaratinguetá, SP)

"Sugestão de aves e outros bichos para decorar 'nosso' dinheiro novo. Em primeiro lugar, disparado, o 'vira-bosta', por estarmos mais do que habituados: 'nossa' grana vira aquela coisa assim que entra em circulação. Também o chupim (nome verdadeiro da ave que é collorida pela própria natureza, o tucano) poderia ilustrar condignamente o novo 'larjã'. Quanto aos outros bichos, que tal a hiena, hein? 'O quê?' –ouço berrar um tucano xenófobo, lá no fundo do distinto auditório– 'Bem se vê que não passa de um petista ignorante, pois nem ao menos sabe que a hiena é animal importado'. Faço que nem ouvi, pois só assim posso 'conviver' com essa fauna. Em homenagem à qual sugeri o gambá –em vez da hiena alienígena. Desta vez, a turba de seguidores do ministro que vive inFernando o pobre do povo sem pensar em Henricá-lo, o Vanity FairNando (tucano que quando se olha no espelho vê Ave do Paraíso), a turba de seguidores, repito, do eGonomista que criou o 'udenismo moreno' pretendeu até me carregar nos ombros, mas –apesar da minha magreza– desistiram logo-logo da empreitada. Despeço-me da tucanagem com um sonoro 'bleargh!'."
Carlito Maia (São Paulo, SP)

"A maioria dos preços supera a média enquanto os salários continuam na média. Ou seja, cada dia que passa fica mais vazia a mesa do trabalhador."
Alex O. R. de Lima (São Paulo, SP)

Tribunal de Contas do Município
"O que V.Sª (Luís Nassif) escreveu, na Folha, edição de 9/03, a propósito do Tribunal de Contas do Município de São Paulo ultrapassou, de muito, os contornos da ética e, principalmente, afastou-se da verdade. Que V.Sª tenha posições políticas, aliás bem conhecidas, compreende-se e é um direito seu. O que não pode é agredir, insultar uma instituição, simplesmente para justificar essa posição política. Inclusive mentindo! O TCM não invalidou, jamais, licitação concernente à coleta do lixo, realizada na administração Luiza Erundina. Pelo contrário, considerou-a legítima e deu seu aval para sua sequência. As licitações levadas a efeito na atual administração tiveram lugar, precisamente, porque assim o exigimos, já que não mais aceitaríamos os contratos por emergência. Não as julgamos, ainda, inclusive porque se encontram 'sub judice'. No que tange à escolha do substituto do conselheiro José Altino Machado, que vem de se aposentar, trata-se de matéria que refoge à nossa competência. Assim o dispõe a Lei Orgânica. V.Sª, que nunca se deu ao trabalho de saber o que o tribunal faz, nem mesmo procurou conversar com os servidores para saber o seu estafante labor, deveria, pelo menos, conhecer a legislação que informa o que aqui se realiza. Não reconhecemos em V.Sª autoridade moral ou mesmo biográfica para nos julgar!"
Paulo Planet Buarque, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do colunista Luís Nassif – Os leitores sabem que a coluna não tem vinculações políticas. O estratagema do conselheiro Planet, para garantir a continuidade do cartel do lixo, consistiu em bloquear a licitação (numa atitude sem precedentes), desbloqueando-a quando não havia mais tempo para que ela se efetivasse. Depois de comprometido o processo, ele admite, na carta, que a licitação era legítima. Agora, mesmo dispondo de levantamentos do corpo técnico do TCM apontando claros indícios de manipulação na atual licitação do lixo, limita-se a informar que aguarda manifestação da Justiça. Ao contrário do conselheiro Planet, a biografia do colunista não registra a utilização do jornalismo como trampolim político, nem a prática de nepotismo em cargos públicos ou privados. A coluna informou claramente que a culpa pela indicação dos conselheiros é da Câmara Municipal.

Hebe e o Congresso
"Depois das Zélias, Rosanes, Margaridas e Lílians da vida, fiquei orgulhosa da sua cara pintada e da minha condição de mulher, outra vez."
Maria Cecília Centurion (São Paulo, SP)

"Solidarizo-me com a apresentadora de televisão Hebe Camargo. Infeliz da nação que tem que fazer oposição a seus próprios legisladores."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

"Nestes tempos de Copa, temos nosso campeonato tupiniquim: Congresso Nacional X povo brasileiro."
Curt Nees (Joinville, SC)

Minorias que querem demais
"Obrigado pelo artigo no caderno Mais! do dia 27/02, 'Minorias que querem demais'. Obrigado também a seu autor, o articulista Nelson Ascher. Isso faz a grande diferença quando se vai escolher um jornal na banca."
Paulo de Oliveira (São Paulo, SP)

Aliança e coerência
"Uma possível aliança entre o PSDB e o PFL de Antônio Carlos Magalhães, versão baiana do 'malufismo', e de Inocêncio 'Poço d'Água' de Oliveira merece toda a nossa repulsa e desaprovação. Entendemos que coerência é condição indispensável para um partido se firmar na sociedade. O PSDB persegue essa coerência."
Edmur Mesquita, vereador pelo PSDB e secretário municipal de Cultura de Santos (Santos, SP)

Exemplo mexicano
"Fico impressionado com o atual lobby contra as empresas estatais, dentro da onda neoliberal. Convenientemente esquecem do México, anteriormente à revolta zapatista um dos exemplos de modelo de privatização."
Ricardo Alexandrino de Vasconcelos (Florianópolis, SC)

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