São Paulo, sábado, 12 de março de 1994
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Ministro teme disputa com Quércia no 1º turno

SÔNIA MOSSRI; INÁCIO MUZZI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministro teme disputa com Quércia no 1.º turno
SÔNIA MOSSRI
INÁCIO MUZZI
O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, teme a disputa com Orestes Quércia no primeiro turno das eleições presidenciais. FHC avalia que a definição de Quércia como candidato do PMDB mobilizaria a máquina do partido em todo o país, o que dificultaria o apoio de peemedebistas à chapa tucana. Também considera que serão inevitáveis ataques quercistas à sua vida pessoal.
FHC acha fundamental ter dissidentes do PMDB para costurar uma base no Congresso. O uso da máquina quercista nos Estados atrapalharia o apoio de dissidentes do PMDB, como o deputado Antônio Britto, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, o presidente do partido, deputado Luiz Henrique (SC) e até mesmo o líder do governo no Senado, Pedro Simon (RS). Por isso mesmo, FHC tenta obter um compromisso desses parlamentares em torno da sua candidatura.
O ministro tem manifestado a parlamentares do PSDB e a assessores sua preocupação com a eventual campanha quercista no horário eleitoral gratuito. Em função do estilo agressivo do ex-governador de São Paulo, o ministro acredita que sua vida pessoal será vasculhada em busca de fatos que possam prejudicar sua imagem junto aos eleitores.
No PSDB, atribui-se ao presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antônio Carlos Mesquita, e ao ex-secretário de Fazenda do governo Quércia, José Machado Campos Filho, o comando da estratégia de ataque à FHC. Ambos são tidos como os encarregados de levantar informações sobre os adversários de Quércia e divulgá-las para a imprensa.
Até mesmo a provável aliança com PFL traria problemas no caso da candidatura Quércia. Uma ala do PSDB teme que a composição com o PFL possibilite ao ex-governador ocupar o espaço da centro-esquerda, junto com Brizola.
Segundo a Folha apurou, Quércia aposta que as denúncias de corrupção na sua gestão no governo de São Paulo eventualmente usadas no horário eleitoral não teriam grande repercussão. Por isso mesmo, ele avalia que levaria vantagem em debates com FHC.

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