São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Venda de cosméticos deve atrair 15 mil

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com tempo curto e pouca –muitas vezes nenhuma– experiência profissional, uma legião de mulheres aumentam a renda familiar seguindo a tradicional fórmula da venda de porta em porta. Embora não contem com a Carteira de Trabalho assinada, aquelas que carregam cosméticos e perfumes em pequenas malas somam mais de 400 mil no país.
Para este ano, a expectativa é de que as empresas já estabelecidas ampliem seus contingentes de consultoras de beleza. Além disso, duas novas marcas entraram na disputa pelo mercado no ano passado, a Yves Rocher e a Marinage/Algemarin, que devem atrair um total de 15 mil novas revendedoras em todo o país.
As consultoras de beleza não têm vínculo empregatício e seus ganhos dependem exclusivamente do desempenho individual. Em contrapartida, as empresas são mais tolerantes ao selecioná-las e na hora de cobrar os resultados –não há horários a cumprir nem cota mínima de vendas. Boa parte das empresas ainda dá treinamento gratuito. "A consultora pode criar seu próprio ritmo de trabalho, de acordo com a disponibilidade de tempo e a necessidade de dinheiro", afirma José Lúcio Natali, 49, diretor geral da Yves Rocher.
A remuneração está atrelada à quantidade de produtos vendidos. Elas ganham com os descontos que as empresas oferecem sobre o preço dos produtos encomendados –que variam de acordo com o cumprimento do prazo de pagamento. Segundo cálculos de José Wagner Macedo de Carvalho, 47, diretor nacional de vendas da Avon, uma revendedora que dedique quatro horas por dia a essa atividade pode ter um lucro de US$ 400 por mês.
Diana Victoria Coggan, 40, uma das campeãs de vendas da Yves Rocher, consegue um lucro mensal de cerca de US$ 650, obtidos a partir de suas vendas pessoais e da porcentagem que recebe conforme as vendas das 75 consultoras que coordena. Ex-instrutora de hipismo, Diana optou por se tornar consultora de beleza há seis anos e hoje também é uma das líderes (ou promotoras) da Yves Rocher. "O que antes era um bico, hoje é uma profissão."
As campeãs, em geral, tendem a ser mais "profissionais". Elas reservam tempo maior para as vendas, promovem demonstrações de produtos, elaboram listas de clientes, descobrem consumidoras potenciais. De olho em suas metas, as empresas costumam acenar com prêmios –de eletrodomésticos a viagens ao exterior–, para estimular as vendas e a indicação de novas revendedoras.

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