São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Bônus da Chrysler dobram salário dos 200 principais executivos em 93

KEITH NAUGHTON
DO "USA TODAY"

Bônus da Chrysler dobram salário
Os altos executivos da Chrysler lucraram com os recentes êxitos da empresa, recebendo bônus de até 100%. Depois de levarem a Chrysler a um lucro operacional recorde de US$ 3,8 bilhões no ano passado, os 200 principais executivos da montadora receberam bônus equivalentes a seus salários de 1993.
Outros 100 executivos situados logo abaixo do primeiro escalão receberam bônus equivalentes a 75% a 85% de seus salários anuais. O valor exato em dólares ainda não é conhecido, mas constará de um relatório que os acionistas receberão ainda este semestre.
Segundo fontes da própria empresa, em 93 a Chrysler pagou os maiores bônus de sua história a seus executivos porque foram ultrapassadas suas metas em termos de lucros, satisfação dos clientes e melhora da qualidade. Em anos menos bem-sucedidos, o montante total dos bônus pagos pela empresa a seus executivos ultrapassou os US$ 100 milhões.
Os prêmios foram condenados pelo United Auto Workers (UAW), o sindicato nacional dos trabalhadores na indústria automobilística. "Nenhuma reivindicação que o sindicato venha a fazer pode ser considerada exagerada depois do que a Chrysler ofereceu a seus executivos", disse John Drew, vice-presidente da sede do UAW do Estado de Wisconsin. Os 65 mil operários horistas da Chrysler receberam participação recorde nos lucros este mês, numa média de US$ 4.300 cada um. "Nós recebemos 10%, mas eles ganharam 100%", disse Rudy Kuzel, presidente do UAW de Kenosha.
Estava prevista uma reunião entre o presidente da Chrysler, Robert J. Eaton, e o presidente do UAW, Owen Bieber, nesta semana em Orlando, na Flórida, para discutir maneiras de aumentar a produção das fábricas da empresa.
Os executivos da Chrysler não teriam recebido nada este ano, se o conselho de direção da empresa não tivesse operado uma mudança importante na maneira pela qual são concedidos os bônus salariais. Em lugar de basear os bônus nas metas de receita líquida, eles passaram a ser pagos em função das metas de lucro prefixadas.
Em 1992, os cinco principais executivos da Chrysler receberam bônus em dinheiro equivalente, em média, a 77% de seus salários. Naquele ano o presidente Robert J. Eaton ganhou US$ 1,2 milhão em salários, bônus e outros benefícios. Ele também ganhou opções preferenciais para comprar 555 mil ações da montadora.
Os executivos da Ford e da General Motors não viverão essa situação. A Ford deverá pagar bônus menores a seus executivos e a GM já informou que não haverá prêmios para seus executivos norte-americanos.

Tradução de Clara Allain

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