São Paulo, domingo, 13 de março de 1994 |
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Zinho diz que pode jogar mais 'aberto' Jogador agradece ao técnico por sua liberdade tática JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Folha - Você e Rivaldo duelam pela primeira vez hoje por uma vaga na seleção? Zinho - Não. Seleção é consequência do trabalho no clube. O Parreira sabe do potencial de cada um e cabe a ele decidir. Além do mais, meu trabalho é mais pelo meio. O Rivaldo joga mais como ponta. Folha - O Palmeiras é o favorito para o clássico? Zinho - Clássico não tem favorito. O Corinthians tem um espírito de equipe e um apoio da torcida enormes. O empate com o São Paulo é um exemplo. Folha - O esquema de Parreira, com dois jogadores à frente, vai funcionar? Zinho - Acho um bom esquema. Ninguém está mais jogando com três atacantes enfiados. A norma tem sido quatro no meio-campo. Para quem pensa que isso é retranca, nas eliminatórias fizemos 14 gols em 4 jogos e não levamos nenhum. Time que faz isso é retrancado? Folha - Raí está nesses quatro do meio? Zinho - Com certeza. Ele está sendo pressionado pela imprensa e a torcida, mas tem que ir. Ele foi o melhor do Brasil em 92, não foi para a Europa à toa. Folha - Imprensa e torcida atrapalham? Zinho - Não. Fazem seu papel. Só acho que depois da convocação da seleção, as críticas gratuitas têm que cessar. No final das eliminatórias, de certa forma, todos se uniram: seleção, imprensa e torcida. Vencemos. Isso precisa acontecer na Copa também. Se o Brasil ganhar a Copa, todos vão se dar bem. Nós, os jogadores, a comissão técnica, a imprensa e a torcida. Precisamos nos unir. Folha - O Brasil vai ganhar a Copa? Zinho - O Brasil só perde essa Copa para ele mesmo. Precisamos da tal corrente pra-frente, estarmos unidos. Folha - O que você achou das declarações de Romário sobre Muller? Zinho - Não sei se ele realmente falou isso. Se falou, cometeu um erro. Folha - Este tipo de coisa já aconteceu no Palmeiras... Zinho - Já superamos isso. Folha - Muita gente diz que o Palmeiras vive de suas estrelas e o Luxemburgo estaria longe de comandá-las... Zinho - Não é verdade. Sem ele, o Palmeiras afunda. Veja o que aconteceu contra o São Paulo. Nós não seguimos sua orientação em campo e acabamos perdendo. E, particularmente, sou muito amigo dele. Graças à sua visão, estou podendo jogar, com sucesso, mais aberto. Folha - Você é considerado um dos jogadores mais equilibrados e regulares do país. A que você atribui isso? Zinho - Procuro fazer meu trabalho direito. E, apesar de nunca me esquecer do Flamengo, achei no Palmeiras um ambiente ótimo. Sou amigo de todos, me adaptei muito bem a São Paulo. Nem nas folgas volto para o Rio. Texto Anterior: Luxemburgo busca ponto de equilíbrio Próximo Texto: Zagueiros do Palmeiras se consideram viris Índice |
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