São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994
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Medo de anestesia é exagerado, diz pesquisa

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TEREZA CRISTINA GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Medo de anestesia é exagerado, diz pesquisa
Problemas com a anestesia são responsáveis por uma morte a cada 185.000 pessoas anestesiadas. Os dados da pesquisa americana (Buck et cols, 1987) mostram que um dos maiores medos das pessoas que vão ser operadas, a anestesia, é injustificado.
"A anestesia não se resume ao emprego adequado das drogas. É composta também pela avaliação pré-anestésica, monitorização durante a cirurgia e recuperação pós-anestésica", explica o anestesiologista Gustavo Adolfo Junqueira Amarante, da Escola Paulista de Medicina.
Na avaliação antes da cirurgia, o médico entrevista cuidadosamente o paciente em busca de informações como: a existência de outras doenças que não o motivo da cirurgia, o grau de repercussão na saúde geral do paciente dessas patologias, se é alérgico a alguma droga, se já teve algum problema com anestesias anteriores. Se achar necessário, solicita exames.
A escolha do tipo de anestesia a ser usada depende da extensão e duração da cirurgia. Nas pequenas, podem ser usadas drogas apenas no local. Muitas vezes, elas são feitas pelo próprio cirurgião.
No caso dos bloqueios de membros inferiores é feita a raqui ou a peridural (ver ilustração). Em alguns casos em que apenas uma parte do corpo está anestesiada, e a cirurgia é prolongada o paciente pode ser medicado para dormir.
Em casos extensos ou de grande duração é usada a geral. "'Para casos graves a geral é também preferível por ser mais fácil controlar o que está sendo dado ao paciente e suas reações", explica Amarante.
Independentemente do tipo de anestesia, durante a operação é feito um controle da pressão arterial, frequência respiratória, quantidade de oxigênio no sangue (através de um aparelho chamado oxímetro) e eletrocardiograma.
A recuperação pós-anestésica dura de duas a seis horas, mantendo a monitorização. "Embora a maioria das drogas já exista há muito tempo, atualmente a anestesia é muito mais segura", explica o anestesiologista.

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