São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994
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Perdigão muda linha de campanhas

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

A Perdigão parece decidida a apagar os resquícios da polêmica repercussão de sua última série de comerciais –aquela estrelada por Teresa Collor.
Enquanto o Banco Garantia seleciona os candidatos dispostos a assumir seu controle acionário, em negociações que envolvem a holding dos atuais controladores, a segunda maior indústria de carnes industrializadas do país encomendou à nova agência, Enio Mainardi Propaganda, uma campanha discreta e tradicional para comemorar os 60 anos de fundação.
Os cinco filmes da primeira fase da campanha começaram a ser veiculados ontem, nos intervalos do "Fantástico", da Rede Globo. E assinalam uma reviravolta nos conceitos de publicidade e marketing da companhia, de acordo com o vice-presidente João Rozário da Silva.
Se anteriormente 70% da verba anual de US$ 12 milhões em publicidade (correspondente a 3% do faturamento no mercado nacional) era destinada a campanhas de fortalecimento da imagem institucional do grupo, agora a maior fatia será aplicada em filmes que ressaltam aspectos de qualidade dos produtos e dos serviços ao consumidor.
A atual campanha, meio institucional, meio "vendedora", já segue essa orientação. "Não vamos mais investir em eventos esportivos", afirma o executivo. Fórmula 1, futebol, hóquei e kart contavam com a assinatura da companhia.
Um plano cuja meta declarada é fazer as vendas crescerem 20% nos próximos três anos começa a ser implementado. Vai de detalhes –como uma quase imperceptível alteração da logomarca –ao lançamento de mais de uma dezena de novos produtos, aproveitando as instalações e maquinários existentes.
Embora boa parte do plano ainda esteja envolvida por sigilo, para não alertar a concorrência, o diretor de marketing, Antonio Zambelli, revela que os 152 itens em linha ganharão novas embalagens, concebidas pelo escritório de design de Lincoln Seragini.
"Queremos, no prazo de um ano e meio, equilibrar meio a meio as vendas de 'commodities', como linguiças e mortadelas com os produtos de maior valor agregado, como derivados de chester e avis rara", diz Zambelli. Por enquanto, as "commodities" detém uma participação de 68% das vendas.
Além da remodelação das embalagens, a Perdigão decidiu sacudir a poeira no ponto de venda e está treinando uma equipe de 300 funcionários em técnicas de relacionamento com os consumidores. Antes, o serviço de demonstração era terceirizado.(NB)

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